O presidente da Fifa, Joseph S. Blatter: “Em nome da Fifa e de todas as federações nacionais, peço para unirmos esforços a fim de proteger o jogo da interferência política e dos políticos.” Foto: Reuters
No início de março passado, os senadores Mark Kirk e Dan Coats enviaram à Fifa uma solicitação para suspender o envolvimento da Rússia com a federação internacional. Segundo eles, diante dos eventos na Crimeia, a Rússia teria violado o artigo 3 do estatuto da Fifa, que se refere à discriminação com base em motivos raciais e políticos.
Era improvável desde o início que os senadores recebessem qualquer resposta ao seu apelo. Tanto na Fifa, como na Uefa, entidade que rege o futebol europeu, os dirigentes costumam reprovar as autoridades externas que tentam se intrometer em assuntos internos, especialmente quando tentam misturar futebol e política.
Mas, nesta semana, fontes da imprensa americana publicaram a resposta assinada pelo secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke. “Nós gostaríamos de enfatizar que as equipes participam da Copa do Mundo e de outras competições sob os auspícios da Fifa apenas com base no princípio dos esportes e nada mais”, declarou Valcke.
O presidente da Fifa, Joseph S. Blatter, disse praticamente a mesma coisa ao comentar sobre o pedido dos senadores. “Em nome da Fifa e de todas as federações nacionais, peço para unirmos esforços a fim de proteger o jogo da interferência política e dos políticos.”
A Uefa concorda plenamente com a Fifa. Recentemente, o presidente da entidade que rege o futebol europeu, Michel Platini, também reagiu bruscamente à solicitação.
“Estamos cansados de pedidos como esse”, disse Platini. “Se quiserem boicotar, boicotem a embaixada, interferiram nas transações econômicas. Só não esperem nada de nós. Infelizmente, há muitas pessoas no mundo que não gostam de esportes, e elas não têm medo de mostrar isso, de fazer pedidos como esse. Deixem que os políticos cuidem da política. Os esportes devem ser um lugar para unir as pessoas.”
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