CSKA Moscou é punido pela Uefa por racismo da torcida

Incidente envolvendo Touré foi um dos diversos casos de racismo no futebol russo ao longo dos últimos anos Foto: ITAR-TASS

Incidente envolvendo Touré foi um dos diversos casos de racismo no futebol russo ao longo dos últimos anos Foto: ITAR-TASS

Equipe terá que jogar a sua próxima partida da Liga dos Campeões, contra o Bayern de Munique, no dia 27 de novembro, sem a presença dos seus torcedores. O CSKA, que não reconhece a culpa no incidente, está preparando um recurso.

No  último dia 30 de outubro, a comissão disciplinar da Uefa, entidade que rege o futebol europeu, avaliou o episódio acontecido durante a partida da Liga dos Campeões da Europa disputada em 23 de outubro entre o CSKA Moscou e o Manchester City, no estádio Arena Khímki, e que terminou com a vitória dos ingleses por 2 a 1.

Os cantos racistas da torcida moscovita dirigidos ao volante marfinense Yaya Touré, durante a partida contra o Manchester City, levaram o jogador do time inglês a entrar com requerimento junto à comissão oficial.

“Muito tem se falado sobre o racismo. Se hoje alguém pisou em um caminho errado, é preciso colocá-lo de volta ao caminho certo”, disse Touré, citado pela BBC. “Não é muito bom entrar no campo para dar prazer às pessoas e ser chamado de macaco”, acrescentou.

O marfinense chegou a pedir a suspensão de jogos no estádio Arena Khímki e exortou os jogadores negros a boicotar a Copa do Mundo de 2018 na Rússia.

Diante da denúncia, a Uefa decidiu que o setor D da Arena Khímki, de onde haviam partido as ofensas de caráter racista contra o jogador marfinense, não terá presença de público no próximo jogo do CSKA Moscou contra o Bayern de Munique, no dia 27 de novembro.

O presidente do CSKA, Evguêni Guíner, qualificou a declaração de Yaya Touré como absurda e provocatória, alegando que o elenco do seu clube também conta com jogadores negros. “O delegado e inspetores disciplinares da Uefa presentes no estádio não ouviram nada. A metade de nosso elenco são jogadores negros, entre os quais há africanos, brasileiros”, declarou.

O diretor do clube moscovita, Roman Babaev, acrescentou que o clube não reconhece sua culpa e vai recorrer da decisão. “Naturalmente vamos elaborar nossa posição legal. Sem negar a existência do problema do racismo em geral, incluindo nos estádios russos, entendemos que, nesse caso, o episódio foi exagerado”, disse Babaev.

 

Com materiais dos veículos Kommersant, Gazeta.ru e Rossiskaia Gazeta 

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