Contratado pela Toro Rosso, Daniil Kviat é nova apossa russa na Fórmula 1

De qualquer forma, ainda existe uma chance de que, no ano que vem, dois pilotos russos participem do Grande Prêmio da Rússia, em Sôtchi Foto: Imago / Legion Media

De qualquer forma, ainda existe uma chance de que, no ano que vem, dois pilotos russos participem do Grande Prêmio da Rússia, em Sôtchi Foto: Imago / Legion Media

Com a chegada de Kviat à categoria mais prestigiada do automobilismo, o jornal "Moskóvskie Nóvosti" relembra quem foram os antecessores russos do jovem piloto.

A equipe de Fórmula 1 Toro Rosso anunciou a contratação do piloto de corridas russo Daniil Kviat, jovem de 19 anos natural da cidade de Ufa e que atualmente batalha pelo título da GP3 Séries.

Kviat seguiu o caminho da maiora dos representantes do tênis russo, que viveram e treinaram no exterior tentando alcançar o sucesso. Ele vive na Itália, domina várias línguas e não tem o menor problema em entender as instruções dos engenheiros. Além disso, Kviat participa do programa "Red Bull Junior Team", que tem como objetivo o treinamento de jovens talentos. Foi exatamente seu desempenho este ano, bem como os excelentes resultados nos testes em Silverstone, que determinaram a escolha a seu favor. Afinal, a Toro Rosso é subsidiária da Red Bull, o que significa que Kviat tem chance de se tornar parceiro de equipe de Sebastian Vettel, tetra campeão mundial.  

Foto:  Imago / Legion media

Com a chegada de Kviat à categoria mais prestigiada do automobilismo, o jornal "Moskóvskie Nóvosti" relembra quem foram os antecessores russos do jovem piloto.

Serguêi Zlóbin, Minardi

Serguêi Zlóbin foi primeiro entre os pilotos russos que tentou chegar até a Fórmula-1 e com um empurrão da gigante de energia Gazprom. Em agosto de 2002, a empresa russa tornou-se uma das patrocinadoras da equipe Minardi e as negociações estavam sendo realizadas através da mediação da promotora de corridas Oksana Kosatchenko. No momento da assinatura do contrato, foi anunciado que um piloto russo comandaria um carro de corrida de Fórmula 1.

Pagando US$ 2 milhões dos US$ 9 milhões prometidos na primeira temporada, a Gazprom acabou rompendo o contrato unilateralmente. Zlóbin tornou-se refém da situação e acabou não recebendo a licença para participar das corridas. Ele não tinha outras opções além de ocupar o cargo de piloto de testes. No fim, Zlóbin não apresentou nenhum resultado significativo.

Roman Rusinov, Midland

Depois de Zlobin, Roman Rusinov tentou experimentar a sua força na Fórmula-1. Ao contrário de Zlobin, Rusinov possuía a super licença. Mas sem ter alcançado resultados significativos em sua carreira, nunca chegou à categoria.

Ele não possuía patrocinadores russos que pudessem ajudá-lo a conseguir o lugar de piloto na equipe Midland, que pertencia ao bilionário canadense de origem russa Alex Schneider, que comprou a Jordan Grand Prix de Eddie Jordan e rebatizou-a. O empresário estava contando com o apoio de patrocinadores da Rússia (a equipe se apresentava com uma licença russa). Um ano e meio depois, no entanto, Schneider vendeu a equipe, conseguindo reaver com dificuldade os seus investimentos.

Mas Roman está muito bem mesmo sem a Fórmula 1.

"Se surgisse uma proposta agora, eu iria pensar bem. Eu não trocaria o lugar na minha equipe atual G-Drive e nas corridas de sobrevivência por alguma das piores equipes mesmo que fosse para ocupar o lugar de piloto de corrida. Semelhante troca seria desinteressante e pouco rentável para mim", disse o piloto ao jornal "Notícias de Moscou".

Vitáli Petrov, Renault/Caterham

A segunda tentativa de Oksana Kosatchenko de promover um piloto para Fórmula 1 obteve êxito. No final de 2009, com o apoio de patrocinadores russos, e especialmente de seu pai, um dos dirigentes do estaleiro de Viborg, Vitali Petrov assinou um contrato com a equipe Renault. A estreita cooperação da gigante francesa com a AvtoVAZ também desempenhou papel importante.

Petrov permaneceu na Renault por duas temporadas, alcançando um terceiro lugar no Grande Prêmio da Austrália, em 2011, mas no fim foi demitido da equipe. Uma das principais razões para o rompimento das relações foram as palavras ásperas de Petrov em referência à equipe e a aposta da Renault no francês Romain Grosjean e na gigante do petróleo Total. 

Petrov passou o ano de 2012 na equipe britânica Caterham, saiu vitorioso de um duelo dentro da equipe com um forte concorrente, o finlandês Heikki Kovalainen, mas foi forçado a sair da Fórmula 1. Em seguida, rompeu completamente todas as relações com a promotora de corridas Oksana Kosachenko. Ao todo, os patrocinadores russos pagaram cerca de 40 milhões de euros pela participação de Petrov na Fórmula 1, mas nenhum deles obteve qualquer lucro.  

Serguêi Sirótkin, Sauber


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No final de agosto de 2013, o russo Serguêi Sirótkin, com apenas 17 anos, estabeleceu o recorde absoluto da Fórmula 1. Ao assinar um contrato com a equipe suíça Sauber ele se tornou o mais jovem piloto na história da modalidade. A equipe estava passando por sérios problemas financeiros, que foram resolvidos com a ajuda de três empresas russas.

O Instituto Nacional de Tecnologia da Aviação, a Fundação Nacional para o Desenvolvimento do Noroeste da Federação Russa e o Fundo de Cooperação Internacional para o Investimento firmaram um contrato com a Sauber no valor de 380 milhões de euros. Em troca, eles colocaram seu corredor como piloto de um dos carros mais potentes entre os medianos do pelotão de corridas. Nessa temporada, Sirotkin foi ao pódio duas vezes nas competições mundiais pela Renault, mas no geral foi classificado apenas em nono lugar.

De qualquer forma, ainda existe uma chance de que, no ano que vem, dois pilotos russos participem do Grande Prêmio da Rússia, em Sôtchi.

 

Publicado originalmente pelo Moskóvskie Nóvosti

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