A história dos uniformes olímpicos russo-soviéticos

Nos próximos Jogos Olímpicos de Sôtchi, a vestimenta da seleção russa deve manter  as cores da bandeira: vermelho, azul e branco Foto: Press Photo

Nos próximos Jogos Olímpicos de Sôtchi, a vestimenta da seleção russa deve manter as cores da bandeira: vermelho, azul e branco Foto: Press Photo

Com inauguração de primeira loja olímpica na Praça Vermelha, é tempo de relembrar o significado dos uniformes, que tomou grande importância a partir dos anos 1930.

Em meados de setembro, a Praça Vermelha ganhou um novo impulso atlético: foi inaugurada ali a primeira das 8 mil lojas olímpicas que serão abertas por todo o país.

No topo das vendas já estão as luvas com as cores olímpicas nos dedos, além de luvas sem dedos com as bandeiras das seleções participantes.

A história dos uniformes olímpicos do país remonta a 1936, quando a imagem dos atletas tornou-se uma questão de importância estatal e uma forma de exibir status. Nesse ano foi instituído o uso de uniformes olímpicos. 

Era pelo aspecto da delegação soviética que o mundo avaliava o nível de vida por trás da Cortina de Ferro. A escolha do uniforme olímpico era aprovada pelo chefe de Estado, depois de ter sido avaliada em diversos quesitos, como conforto, linhas ergonômicas, correspondência com os padrões ideológicos etc.

O trabalho era entregue aos melhores estilistas da Casa da Moda da URSS, o principal ateliê do país.

Os modelos mais ousados e vanguardistas eram reprovados. A intenção era vestir a equipe nacional seguindo a última moda, mas essa era submetida a censura severa. 

Mesmo nessas condições difíceis, os costureiros soviéticos surpreendiam o mundo. Em 1960, em Squaw Valley, EUA, as atletas da URSS subiram ao pódio com casacos curtos que lhes realçavam as formas do corpo e elegantes calças azuis.

Quatro anos mais tarde, em Innsbruck, Áustria, o selecionado russo desceu a escada do avião envergando casacos luxuosos de pele da raríssima foca dourada. 

O traje olímpico soviético era muito popular na URSS. Primeiro, o equipamento olímpico era de qualidade excelente, ao contrário da do vestuário habitual. Segundo, suscitava um certo sentimento patriótico. Na altura, muita gente sonhava em ter o uniforme de treino com a inscrição “URSS” nas costas.

Moda esporte em voga

No período da perestroika (1985-1991) e queda da URSS, o gosto pela moda esporte cresceu ainda mais.

Os Jogos Olímpicos refletiam o autêntico “boom” da cultura ocidental na Rússia. As restrições que vigoraram durante décadas fizeram com que os russos quisessem se vestir de modo original e em conformidade com as tendências mundiais da moda.

Estilistas jovens e “ideologicamente inconvenientes” foram convocados para desenhar os trajes olímpicos.

Em 1984, quando aconteceram os Jogos de Sarajevo, os uniformes foram desenhados por Viatcheslav Zaitsev.

Em 1994 e 1996, os uniformes da equipe olímpica foram concebidos por Valentin Yudaskin. Seus chapéus e cachecóis tricolores foram um sucesso na imprensa.

Em uma década, o vestuário olímpico russo evoluiu para pólos e pullovers de lã italiana. Agora, o design é também trabalhado por marcas conhecidas.

Em 2004, a equipe olímpica russa em Atenas teve seus uniformes desenhados pela italiana Bosco di Ciliegi e a casa de moda Etro.

Em 2006, a Ermanno Scervino se juntou à Bosco e à Etro. Na cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim, os russos entraram no estádio com trajes em branco e vermelho, com as tradicionais ramagens estampadas: quispos forrados e calças de bombazina Ermanno Scervino, blazers e coletes de malha Etro, acessórios da Bosco.

Nos próximos Jogos Olímpicos de Sôtchi, a vestimenta da seleção russa deve manter  as cores da bandeira: vermelho, azul e branco. O corte e o tecido, entretanto, permanecem em segredo. 

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