Um mergulho rumo ao Rio

As três primeiras medalhas de ouro de Oksana foram conquistadas nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008 Foto: AP

As três primeiras medalhas de ouro de Oksana foram conquistadas nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008 Foto: AP

Visão parcial de Oksana Savtchenko não impediu que a nadadora conquistasse oito medalhas em dois Jogos Paralímpicos. Atualmente, atleta comemora sucesso, enquanto se prepara para os futuros mundiais.

Oksana Savtchenko nasceu com glaucoma em ambos os olhos. Os médicos diagnosticaram tarde demais e a operação conseguiu salvar apenas parcialmente a visão de um dos olhos. Aos 22 anos, Oksana, que nunca mais recuperou a visão, já é detentora de um recorde mundial e ganhou mais de cem medalhas de ouro ao longo de sua carreira no esporte.

“Eu reparei na Oksana ainda em 2004, nas competições infantis na República Tcheca”,  diz Ígor Tveriakov, técnico de Oksana. “Ela tinha treze anos, mas já via nela um forte desejo de vencer. Os pais da Oksana são sociáveis, começamos a conversar e eu imediatamente lhes disse que ela seria uma campeã”, comenta ele.

Só em campeonatos internos, a nadadora ganhou mais de 60 vezes, e em campeonatos europeus e mundiais, mais de 50. Nos últimos dois Jogos Paralímpicos, ela regressou ao país com o maior número de títulos da delegação russa.

Raio-X

Oksana Sávtchenko nasceu em 10 de outubro de 1990, em Petropavlovsk-Kamchatski. Aos 13 anos de idade ganhou a sua primeira grande prova. Desde então, Oksana já conquistou mais de uma centena de medalhas de ouro em campeonatos nacionais e mundiais. As suas três primeiras medalhas de ouro dos Jogos Paralímpicos foram conquistados em Pequim, em 2008. Em Londres, a russa venceu outras cinco.

“Minha mãe se esforçou para me criar como uma criança sem limitações física”, conta Oksana, que, antes de se integrar a equipe paralímpica, nadava com os demais nadadores. “Tento não pensar nunca em como seria a minha vida se eu tivesse uma visão 100% operacional. Tenho dificuldade em imaginar como seria a minha vida se não fosse o esporte. Quando algum dos meus amigos começa a reclamar dos seus problemas, eu apenas respondo: ‘Assista ao Jogos Paralímpicos’.”

Apesar de grande parcela da verba estar sendo destinada aos esportes dos jogos Olímpicos de Inverno 2014, em Sôtchi, Oksana continua igualmente se esforçando para obter novos títulos no futuro, inclusive nas Paralimpíadas do Rio, em 2016.

Dinheiro X Esporte

Os atletas paralímpicos de Ufa já foram acusados de serem saudáveis ​​e, portanto, não terem motivos para participar dos Jogos Paralímpicos. Enquanto o treinador Tveriakov alega que todo o processo de seleção dos atletas é “conduzido e verificado com muita seriedade por comissões especiais”, Oksana não aprova as suspeitas em torno de charlatanismo.

A nadadora recorda os seus primeiros campeonatos paralímpicos na Rússia, quando os organizadores não tinham dinheiro nem para comprar medalhas, quanto mais para oferecer prêmios. “Antes já ficávamos felizes quando nos pagavam as viagens para irmos às competições”, diz Oksana “Agora começaram a dar dinheiro e apartamentos como prêmio. E tem já quem se torne de fato atleta paralímpico unicamente para ganhar dinheiro. Mas, o principal é que a atitude já começou mudar, e finalmente começaram a nos considerar atletas de verdade.” 

 

Publicado originalmente pela revista Russian Reporter

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