Antes da polêmica, Issinbáeva era presença certa como embaixadora dos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude na China, em 2014 Foto: Reuters
Mais um escândalo estourou em torno da ginasta Elena Issinbáeva. Os meios de comunicação social do mundo inteiro citaram Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), anunciando que o órgão decidirá se a atleta russa será ou não embaixadora dos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude na China, em 2014, após o seu comentário a favor da lei sobre a proibição da “propaganda gay” entre menores.
Durante uma coletiva na Copa do Mundo de Atletismo de Moscou, em meados de agosto, Issinbáeva se manifestou contra o boicote aos Jogos Olímpicos de Sôtchi por causa da lei antigay aprovada na Rússia. “Não apoio esse boicote. Sou contra a respetiva polêmica, contra as intrigas em sua volta. Não aceito sermos usados por políticos ou seja por quem for que não tenha a ver com esportes”, disse a ginasta.
A recordista no salto com vara também fez questão dizer que é preciso respeitar normas e valores dos outros países. “Somos contra a propaganda dessas relações, mas não contra a escolha feita por um indivíduo nem contra os seus parceiros. Quando nós, os russos, visitamos outros países, respeitamos as leis locais”, afirmou.
Em junho passado, a Duma de Estado (câmara dos deputados na Rússia) aprovou uma a lei que proíbe “a propaganda de relações sexuais não tradicionais” entre menores de idade. A nova lei foi contestada no Ocidente, e a comunidade LGBT cogitou boicotar os Jogos Olímpicos de Sôtchi, que acontecerão em fevereiro de 2014.
Na sequência da coletiva, alguns dos meios de comunicação social internacionais acusaram Issinbáeva de discriminar os atletas homossexuais, e a esportista declarou que tudo não havia passado de um mal entendido. “Inglês não é a minha língua materna, por isso aquilo que eu disse não foi entendido corretamente. Limitei-me a dizer que as pessoas deviam respeitar as leis dos outros países, sobretudo quando estão lá de visita”, tentou esclarecer a atleta.
Mesmo assim, os comentários anteriores não passaram desapercebidos pelo Comitê Olímpico Internacional. Na véspera da 125ª reunião do COI em Buenos Aires, que escolheu Tóquio para sediar os Jogos Olímpicos de Verão de 2020, o seu presidente Jacques Rogge deu a entender que as observações de Issinbáeva estão sendo analisadas e podem resultar em sanções.
“Vamos anunciar em breve as nossas decisões sobre o assunto”, respondeu Rogge aos jornalistas que perguntaram se Issinbáeva manterá seu estatuto de embaixadora dos Jogos da Juventude.
O treinador de Issinbáeva, Evguêni Trofimov, acredita que não motivo suficiente para punir a ginasta. “Ao meu ver, todas aquelas conversas provêm das artimanhas política”, declarou Trofimov ao jornal “Izvéstia”. “Jacques Rogge recebeu um requerimento dos iniciadores do escândalo e é obrigado submetê-lo à análise do COI. É o procedimento habitual.”
Trofimov alega que os adversários da Rússia estão apenas tentando envolver o nome da famosa atleta em um conflito e esqueceram-se de que “Elena Issinbáeva bateu 28 recordes mundiais e foi três vezes considerada a melhor esportista do mundo”. “Estamos todos indignados por isso”, concluiu.
Com materiais da RIA Nóvosti e do Izvéstia
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