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O atacante do Krasnodar, Francisco Wanderson, 27 anos, é o jogador mais estável da primeira divisão do futebol russo entre os brasileiros contratados pelos clubes nacionais.
Enquanto Hulk está se recuperando das lesões e Adilson se acostuma ao novo treinador do Terek, Wanderson não deixa de satisfazer a torcida do Krasnodar com vários gols.
Na última temporada, o brasileiro foi consagrado artilheiro do campeonato russo, após marcar 14 gols no torneio. Na última rodada desta temporada, o gol do brasileiro permitiu ao Krasnodar empatar com o Dínamo de Moscou por 1 a 1.
Gazeta Russa: O Krasnodar conta com três brasileiros além de você: Joãozinho, Izael e Marcos Pizzelli. Agora terá mais um, o Ari. Você acha que o ex-Spartak vai reforçar a equipe?
Francisco Wanderson: Sua atuação no campeonato russo e na Liga dos Campeões provou que Ari é um jogador de categoria. Ele é bom para ajudar e finalizar os ataques. Muitos clubes grandes da Europa Ocidental mostraram interesse nele, mas Ari acabou escolhendo nosso clube. Ele é o tipo de jogador que pode influenciar sozinho o desfecho de um jogo.
G.R.: O Krasnodar pode certamente ser chamado do time mais brasileiro do campeonato russo. Você já está comunicando em russo também?
F.W: Estou estudando russo três vezes por semana com nosso tradutor e aos poucos aprendo as noções básicas da língua. Entendo bem, mas ainda não consigo falar. A língua russa não é muito difícil.
G.R.: Antes de chegar a Krasnodar, você jogou no clube sueco Gais. Onde é melhor viver: Gotemburgo ou Krasnodar?
F. W.: Eu adoro Krasnodar. Tem um clima quente e agradável. Quando quero, posso até ir ao mar. As pessoas daqui são muito simpáticas e abertas. Antes pensava que o Krasnodar era uma etapa intermediária da minha carreira, mas agora percebi que quero ficar por mais tempo.
G.R.: O Krasnodar terminou a última temporada em 10º lugar. Vocês estão mais confiantes na temporada atual?
F.W: Temos condições de lutar pela possibilidade de disputar as copas europeias. Somos um forte time, temos uma equipe técnica experiente e excelentes condições para o treinamento. Por enquanto, nossos torcedores não são muito muitos, mas esse número vem crescendo a cada ano.
G.R.: Vários jogadores negros sofreram racismo em campo na Rússia. Você já passou por isso?
F.W.: Não aconteceu nada parecido comigo. Sei que Roberto Carlos e Christopher Samba tiveram essa experiência negativa; também ouvi os torcedores de Moscou assobiando quando um jogador negro tocava na bola. É triste, mas isso não me preocupa. Isso é coisa de pessoas mal educadas. Em sua maioria, os torcedores prestam mais atenção ao jogo do que à cor da sua pele.
G.R.: Com que frequência você volta ao Brasil?
F.W.: Passo minhas férias lá. Minha filha vive e estuda no Brasil. Portanto, assim que tenho mais de dois dias de folga, logo escapo um pouco. Minha mulher está comigo em Krasnodar, e isso é muito importante para mim.
G.R.: Quem você acha que é o melhor jogador brasileiro do campeonato russo?
F.W: Gostava muito do Vágner Love. Ele é um jogador versátil. No ano passado, foi o protagonista da vitória do CSKA de Moscou no campeonato russo. É uma pena Vágner ter voltado para o Brasil. Hulk também é um excelente jogador.
G.R.: Aliás, tirando Hulk, qual dos jogadores brasileiros fora do país tem a chance de participar Copa do Mundo em 2014
F.W.: Qualquer jogador brasileiro tem essa chance. Scolari disse muitas vezes que está de olho em todos os brasileiros que atuam na Europa. A Rússia não é exceção, já que o campeonato local é muito forte.
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