Em 2005, o Dínamo de Moscou, um dos maiores clubes do país, decidiu naturalizar o seu melhor jogador, Cirilo Tadeus Cardoso Filho Foto: PhotoXPress
Atletas naturalizados estão representando a Rússia com sucesso em competições de nível internacional.
Até o final da atual temporada, a seleção de atletismo da Rússia pretende naturalizar corredores do Quênia e da Etiópia especializados em médias e longas distâncias, declarou à agência “R-Sport” o treinador sênior Valentin Maslakov, que acrescentou que as negociações com os atletas já estão em andamento.
De acordo com Maslakov, os atletas africanos virão acompanhados de seus treinadores, mas especialistas russos também participarão do trabalho a ser desenvolvido.
A naturalização de atletas estrangeiros que se apresentam em modalidades nas quais os atletas nativos não alcançam grandes resultados é uma prática comum em muitos países. Na Rússia, o fenômeno ficou forte nos anos 2000.
A Gazeta Russa fez uma seleção dos mais notáveis atletas naturalizados russos.
JR Holden (EUA, basquete)
Ao se transferir, em 2012, do AEK ateniense para o CSKA de Moscou, o americano John Robert Holden dificilmente poderia ter imaginado que um ano depois já estaria se apresentando com a camisa da seleção nacional da Rússia. No entanto, as habilidades do armador impressionaram tanto os chefes do clube e a equipe técnica da seleção que já no outono de 2003 a cidadania russa lhe foi concedida.
A naturalização de Holden revelou-se uma boa decisão. O americano permaneceu na memória dos torcedores como um dos mais destacados jogadores do CSKA da década passada e foi exatamente o seu passe, há dois segundos antes do apito final, que trouxe a vitória para a seleção russa no Campeonato Europeu de 2007. Holden encerrou a sua carreira profissional em 2011, levando, além da vitória no Europeu, nove campeonatos russos e dois títulos de vencedor da Euroliga.
Yuko Kawaguchi (Japão, patinação artística)
Yuko Kawaguchi chegou à Rússia em 2002, a convite da treinadora russa Tatiana Moskvina. E foi exatamente na Rússia que o seu sonho de se apresentar sob a supervisão da famosa mentora russa se tornou realidade. Antes disso, de 1999 a 2002, a japonesa viveu nos EUA e se apresentou representando o Japão em dupla com Aleksandr Merkuntsovim.
Pela seleção russa, ela se apresenta com o patinador Aleksandr Smirnov. Um ano depois de sua estreia na Rússia, Yuko já subia ao pódio do Campeonato Europeu e, um ano mais tarde, no do Campeonato Mundial.
Cirilo (futsal, Brasil)
Tradicionalmente, muitos brasileiros se apresentam nos clubes de futsal russos. Em 2005, o Dínamo de Moscou, um dos maiores clubes do país, decidiu naturalizar o seu melhor jogador, Cirilo Tadeus Cardoso Filho. O recém-naturalizado não só ajudou o clube da capital a resolver o problema com o limite do número de estrangeiros, mas também se integrou com êxito à seleção nacional: no Campeonato da Europa em 2007, a seleção russa conquistou o bronze, e Cirilo foi artilheiro do torneio.
Cinco anos depois, na Eurocopa-2012, os russos foram medalhistas de prata do Campeonato Europeu com a ajuda do brasileiro.
Ashwani Chopra (críquete, Índia)
O indiano Ashwani Chopra criou, praticamente do zero, a seleção nacional de críquete da Rússia. Em 2004, fundou a Liga Unida de Críquete russa, e em 2007, a seleção nacional. Inicialmente, o time consistia inteiramente de indianos e paquistaneses, mas em 2012, Chopra, que é capitão e treinador da seleção russa, conseguiu atrair alguns russos nativos para o Campeonato Europeu.
Rebecca Hammon (EUA, basquete)
Os funcionários russos efetivaram a naturalização da jogadora de basquete americana Rebecca Hammon com olhos aos Jogos de Pequim, em 2008. Na época, a seleção nacional estava precisando muito de uma jogadora de categoria na posição de armadora.
Nos EUA, a notícia sobre a transferência de Hammon para as fileiras da seleção russa provocou uma reação controversa. Na Rússia, em compensação, ela se deu bem, tornando-se a jogadora mais proeminente do time.
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O barbudo de dois metros do “Melbourne Rebels” entrou pela primeira vez na composição da seleção russa de rugby na Copa do Mundo de 2011. Ele recebeu a cidadania russa por provar que tinha raízes no país pela linha materna.
Seu elevado nível de habilidade não deixa dúvidas: ele jogou partidas da Liga “Super 15”, da qual participam os cinco melhores times das mais fortes nações do rugby: Austrália, África do Sul e Nova Zelândia. No entanto, Byrns ainda não conseguiu se tornar um verdadeiro líder do time nacional russo.
Víktor Ahn (Coreia do Sul, patinação em pista curta)
Em 2012, o coreano Ahn Hyun-Soo veio para a Rússia na qualidade de verdadeiro astro: já era dono de três medalhas de ouro dos Jogos Olímpicos, conquistadas para a equipe da Coreia do Sul. O problema consistia no fato de que, desde 2008, ele não se apresentava pela seleção do país. Primeiro por causa de uma cirurgia no joelho e, em seguida, devido à grande concorrência.
De acordo com Aleksêi Kraftsof, presidente da União dos Patinadores da Rússia, o próprio coreano procurou os funcionários russos e ofereceu os seus serviços para a seleção nacional. Levando em conta as realizações do coreano e “o seu domínio de uma profissão de interesse para a Rússia”, o processo de naturalização foi conduzido rapidamente pela comissão junto ao presidente.
Foi assim que Ahn Hyun tornou-se Victor Ahn. A sua primeira apresentação na temporada pré-olímpica de 2012-2013 já mostrou seu nível –na etapa da Copa do Mundo em Calgary, Ahn trouxe a vitória para a Rússia.
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