Issinbáieva é duas vezes medalhista de ouro nas Olimpíadas, bicampeã mundial e detentora do recorde mundial no evento Fonte: Corbis / Foto
Não é a primeira vez que Elena Issinbáieva ameaça deixar o esporte profissional. A atleta anunciou mais de uma vez a sua intenção de se aposentar em julho passado. Uma hora disse que iria fazer uma pausa depois da Copa do Mundo e, possivelmente, regressar às pistas para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Mas, segundo as últimas informações, a recordista mundial deixará o exporte mais cedo do que muitos esperam.
Issinbáieva se ausentou da mais recente etapa da Liga de Diamante em Londres para se apresentar no campeonato nacional, do qual esteve ausente por 11 anos consecutivos. A surpresa seria maior se a atleta não tivesse apenas testando o setor do estádio Lujniki que abrigará o Campeonato Mundial de Atletismo a partir do dia 10 de agosto.
Nos dois torneios de verão anteriores, em Berlim (2009) e Daegu (2011), Issinbáieva ficou sem subir ao pódio e acabou, assim, com o mito de invencibilidade. Se não basta, a campeã olímpica também não foi bem-sucedida no Campeonato Mundial Indoor de Atletismo 2010, em Doha. Por isso, a futura competição de Moscou é nada menos que uma tentativa de encerrar a carreira com chave de ouro.
Durante as competições, Issinbáieva tem uma tática especial: o primeiro salto serve de aquecimento, o segundo, para ganhar, e o terceiro, para bater recorde. A pedido da própria atleta, a fabricante das varas produz o objeto em várias cores. Para o primeiro salto, Issinbáieva geralmente pela cor-de-rosa, seguida pela azul e dourada.
“A gente sempre quer deixar o esporte com a chave de ouro. Mas isso é muito difícil de conseguir. Você já não é nova, mas a cabeça ainda conhece bem todos os movimentos; a motivação é imensa, mas as capacidades físicas já não são suficientes”, diz a também campeã Tatiana Lebedeva, que não conseguiu se qualificar para a Copa do Mundo e cumprir assim o seu sonho de terminar a carreira no Lujniki. “Mas o esporte é tudo na nossa vida. Às vezes não se consegue simplesmente levantar e sair na hora certa.”
Em entrevista à imprensa após vencer o Campeonato da Rússia com uma marca de 4,75 metros, Issinbáieva se referiu ao Mundial em Moscou como “um evento especial”, já que, provavelmente, metade das arquibancadas estará ocupada por amigos e familiares. “Eles vão querer me ver em ação, já que este será o último campeonato do mundo da minha carreira”, disse a atleta.
“Quando terminar a minha carreira, a primeira coisa que vou fazer é chorar muito e a segunda é fazer um filme sobre as minhas vitórias”, disse Issinbáieva em tom de brincadeira aos jornalistas. “Eu nem sei quantas foram. Só sei quantos recordes bati: 28, porque estes eu sempre contei. Com a idade você entende o valor dessas conquistas.”
Quanto às adversárias, Issinbáieva disse não acompanhar suas carreiras. “Isso não me interessa. Aquilo que elas fazem agora, eu já fiz antes. Elas estão indo por um caminho já trilhado. Fui eu que mostrei que tudo é possível”, afirmou. Tal como nos Jogos Olímpicos de Pequim e de Londres, a norte-americana Jennifer Suhr também será a principal adversária da atleta russa no Campeonato do Mundo de Moscou.
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: