Treinador holandês Guus Hiddink deixa o Anji

Hiddink era treinador do Anji desde fevereiro de 2012 Foto: AP

Hiddink era treinador do Anji desde fevereiro de 2012 Foto: AP

Responsável pela transformação do principal clube de futebol do Daguestão passou o comando para seu compatriota e ex-Manchester, Rene Melensten.

O treinador holandês Guus Hiddink, que conduzia o clube Anji Makhatchkalá desde fevereiro do ano passado, deixou o cargo na última segunda-feira (22) por “vontade própria”, conforme informações oficiais da equipe daguestanesa.

“A decisão de Guus Hiddink não foi nem esperada nem inesperada”, declarou Konstantin Remtchukov,  presidente do conselho administrativo do Anji, ao jornal “Kommersant”. "Tudo depende do bem-estar e dos resultados. Hiddink tinha carta branca, inclusive para  tomar tal decisão, e nós o respeitamos”, acrescentou Remtchukov.

A despedida transcorreu de forma satisfatória para ambos os lados. “Hiddink se tornou não apenas uma testemunha, mas também um dos fatores-chave na formação da mais nova história do Anji e da imagem do clube”, diz a declaração oficial da equipe.

Breve histórico

Hiddink encabeçou o Anji em fevereiro de 2012. De acordo com informações não oficiais, recebeu a proposta por um salário de € 10 milhões por temporada, o que, na época, fazia dele o treinador mais bem pago do mundo – levando em conta a diferença nas taxas de impostos da Europa e da Rússia. A entrada de Hiddink no clube de Makhatchkalá, que pertence ao bilionário Suleiman Kerimov, foi precedido por dois fracassos. A competência do holandês era reconhecida internacionalmente. Ao substituir Luis Felipe Scolari no clube inglês Chelsea em 2009, por exemplo, Hiddink conseguiu reanimar o time em apenas três meses e levá-lo às semifinais da Liga dos Campeões. Porém, as seleções da Rússia e da Turquia, sob a liderança do holandês, não conseguiram se classificar para os principais torneios: os russos, para a Copa do Mundo  de 2010, e os turcos, para o Campeonato Europeu, na Polônia e na Ucrânia, realizado no ano passado.

Ao longo dos últimos 17 meses, o treinador holandês desempenhou papel fundamental na gestão do clube e na criação de uma academia de futebol. Com Hiddink, o Anji alcançou o melhor resultado na história do time, incluindo medalhas de bronze da Primeira Liga Russa, que reúne os times da primeira divisão do futebol nacional.

O próprio técnico afirmou que está satisfeito com os resultados do seu trabalho com o time de Makhatchkala.  “Essa decisão não foi fácil para mim, mas eu sempre disse que a minha missão no Anji poderia terminar quando o clube fosse capaz de se desenvolver e crescer  sozinho”, disse Hiddink logo após o anúncio do afastamento. “Essa hora chegou, e estou feliz por ter feito parte desse grande projeto de futebol.”

Embora planejasse deixar o clube antes da temporada da primavera, no segundo trimestre do ano, os gestores do Anji não conseguiram encontrar um substituto adequado, motivo pelo qual seu contrato havia sido prorrogado por mais um ano.

O clube daguestanês passa agora a ser comandado pelo também holandês Rene Melensten, que desde o início do verão já trabalhava como assistente na sede do Anji. Melensten conquistou credibilidade no Manchester United.

Konstantin Remtchukov está certo de que ele tem potencial. “Todos o conhecem, e os jogadores reagiram muito positivamente em relação à sua chegada. Após os seus treinos: eu ouvi deles apenas uma única palavra: incrível”, disse o presidente do conselho administrativo.

Mesmo assim, nem todos estão satisfeitos com a saída do holandês. “O treinador que veio ocupar o lugar de Hiddink não conhece tão bem os jogadores e, mais importante ainda, não conhece os rivais que participarão do campeonato”, afirma o presidente do Sindicato de jogadores e treinadores de futebol da Rússia, Vladímir Leontchenko. “Além disso, Hiddink soube gerir o time composto por estrelas do futebol.  Não se sabe se o seu sucessor será possível de conduzir a equipe de maneira eficaz.”

 

Com materiais dos veículos Kommersant e Gazeta.ru

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