Nas provas acima de 5 km, é essencial se alimentar durante a competição Foto: RIA Nóvosti
Evguêni Bezruchenko é categórico ao falar sobre os segredos dos maratonistas aquáticos. “É importante ser capaz de lutar pelo seu lugar”, afirma o bicampeão mundial que atualmente gerencia a escola de natação MySwim, na capital russa. Segundo ele, às vezes é necessário abrir caminho com os punhos, sem deixar que qualquer adversário bata nos seus óculos.
Além disso, é preciso ficar esperto com os possíveis detritos presentes na água. “Certa vez, meu braço pegou um saco de celofane durante uma prova na Argentina. Estava na liderança e faltavam apenas 25 metros para a chegada, mas no final perdi 15 centésimos por causa do pacote”, conta.
Evguêni Bezruchenko nasceu em 1979. Por ser de uma família de nadadores profissionais, pratica o esporte desde os 6 anos de idade. Foi campeão mundial duas vezes, em 2000 e 2001, nas distâncias de 5 e 10 km, respectivamente. Atualmente, Bezruchenko é técnico e diretor da escola de natação MySwim, em Moscou.
O ex-nadador também diz que uma pomada feita com vaselina e gordura derretida ajuda a manter o corpo aquecido (e ainda aumentar a velocidade).
Quanto o assunto é alimento, todo cuidado é pouco. “É um segredo, ninguém nunca conta nem para os amigos”, diz Bezruchenko. A alimentação deve ser basicamente composta por géis energéticos e bebidas energéticas, com proteínas e carboidratos. “Como o principal problema é como consumir o alimento durante a prova, muitos enfiam os saquinhos com comida dentro da sunga”, explica.
A segunda alternativa é pegar o alimento em uma jangada especial. Na distância de 5 quilômetros, os atletas não consomem nada, pois não há tempo, mas quando a prova é de 10 km a 25 km, o alimento é essencial. “Acontece que nem é possível chegar perto da jangada, onde está o seu próprio treinador, porque as pessoas te empurram.”
O nado de longas distâncias no mar começou a ser realizado no final do século 19. A mais famosa dessas competições é a travessia do Canal da Mancha. Desde 1991, o nado em águas abertas entrou no programa dos campeonatos mundiais e, a partir de 2008, acontecem as competições pela medalha olímpica em provas de 10 km. A primeira campeã olímpica na modalidade foi a russa Larissa Ilchenko. Aliás, campeã mundial por oito vezes, Larissa foi reconhecida como a melhor nadadora em águas abertas da primeira década do século 21.
Não é nem preciso dizer que o medo de animais aquáticos está fora de questão. Há casos em que os golfinhos nadam junto com os atletas, por exemplo. Até aí tudo bem, mas e quando se fala em tubarões? “Em 1998m na Austrália, um tubarão grande chegou perto de um grupo de líderes à distância de um quilômetro, mas então se virou e foi embora”, lembra Bezruchenko.
Fato é que sempre existem helicópteros, que sobrevoam os atletas, e/ou lanchas que acompanham os atletas. Portanto, se necessário, eles podem afugentar os animais. “Existem muitos tubarões na baía de São Francisco durante os meses de setembro e outubro, e eles seguem atrás das focas. Mas quando mais de mil pessoas saltam simultaneamente na água e começam a nadar, elas assustam qualquer um”, garante o bicampeão mundial.
Publicado originalmente pelo Moskovskie Nóvosti
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