Dezenas de iates realizarão a passagem histórica de Sevastopol, na Ucrânia, até Sôtchi Foto: RIA Nóvosti
No próximo dia 27 de junho, começa o primeiro Festival Internacional de Iatismo do Mar Negro.
O ponto de partida do barcos a vela e lanchas de 30 a 100 pés de comprimento será Sevastopol, na Ucrânia, para a chegada em Sôtchi, a cidade dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.
Segundo especialistas, a realização de eventos desta magnitude pode ajudar a derrubar os estereótipos de que a Rússia é apenas uma terra fria e com muito gelo, contribuindo para o desenvolvimento do turismo e da região como um todo.
Na opinião do ministro da República Autônoma da Criméia, Alexandr Liev, “o festival irá facilitar o futuro desenvolvimento do turismo de iatismo na região, o fortalecimento de relações culturais e turísticas das cidades da costa da Criméia e da região de Krasnodar e também permitirá estender os moldes da [organização] da temporada turística”.
Vale a pena observar que as condições ambientais para o desenvolvimento do setor são mais que favoráveis.
A temporada na costa do Mar Negro começa em junho e termina em agosto, mas a principal razão para o fraco interesse pelo esporte a vela ali é a ausência de infraestrutura.
Atual capital do turismo de verão na Rússia e com um inverno mais ameno, a região de Krasnodar se tornou um lugar bastante apropriado para este tipo de esporte no país.
Em uma entrevista exclusiva à Gazeta Russa, o presidente da Federação do Esporte a Vela da Região de Krasnodar, Vladímir Sarkovitch, comentou a situação do esporte no país.
Vladímir Sarkovitch (à esq.) e Serguêi Nizovtsev (à dir.) Foto: RIA Nóvosti
Gazeta Russa - Está sendo feito algo por parte do governo para que a vela se torne um esporte mais acessível?
Vladímir Sarkovitch - Estão sendo desenvolvidos programas de financiamento de competições, entre outros. No entanto, na minha opinião, estamos atrasados no desenvolvimento de infraestrutura na área costeira, que é o principal a ser feito.
Faltam marinas e iate-clubes, onde o esporte possa ser desenvolvido e ensinado a crianças e adolescentes, que mais tarde se tornarão marinheiros, velejadores e comandantes, também influenciando o desenvolvimento do turismo de iatismo na Rússia.
Sempre que a Rússia fala sobre iatismo, por alguma razão logo se considera este tipo de atividade como algo de elite e exclusivo. Para nós, o desenvolvimento do esporte a vela deve incluir o público infantil.
O Ministério do Esporte está fazendo todos os esforços para o desenvolvimento nesse sentido. Tenho certeza que a atração de investidores e parcerias público-privadas permitirá desenvolver marinas para iates, onde necessariamente deve haver escolas de vela.
É importante observar que 30% das marinas devem ser usadas para o desenvolvimento do esporte a vela infantil e juvenil. Caso contrário, a marina se transforma simplesmente em um abrigo para iates.
Quem é responsável pela construção de marinas na Rússia, o governo ou o setor privado?
Em Sôtchi, existe uma parceria público-privada. A construção da Grand Marina é feita por um grupo da empresa SovComFlot em conjunto com o Ministério dos Transportes. Creio que este caminho permite resolver muitas questões técnicas.
Felizmente, as autoridades estão interessadas no desenvolvimento nesse sentido. Afinal de contas, o turismo de vela traz receita significativa para o tesouro.
Um exemplo: em 2010, o turismo de iatismo rendeu para o governo da Turquia, com seus 15 mil pontos de ancoragem, US$ 4 bilhões; para o ano de 2023, eles planejam construir até 50 mil pontos, o que vai gerar uma receita esperada de US$ 20 bilhões.
Na Rússia, a situação não mudará se nenhuma medida for tomada. O início foi lançado. Trata-se de um passo pequeno, porém seguro, para mudanças importantes no desenvolvimento deste segmento.
Durante o festival, nos locais de abrigo dos barcos, qualquer um pode conhecer os velejadores e outros participantes. Também serão organizadas reuniões com os representantes das autoridades locais para discutir o problema do turismo marítimo e do desenvolvimento deste ramo da economia.
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