Sharapova venceu a chinesa Na Li na final de Stuttgart em abril Foto: Reuters
Na última temporada você já ganhou dois grandes torneios, Indian Wells e Stuttgart, jogou duas vezes nas finais do Premier em Miami e Madrid, e chegou às semifinais no Aberto da Austrália. Você está satisfeita com essas conquistas?
Já fui melhor. Na verdade, o melhor início de temporada foi em 2008, quando venci o Aberto da Austrália. Mesmo assim, estou satisfeita. Meu ombro não me incomoda e, após a lesão que me tirou do jogo por um longo tempo em 2008, para mim é a coisa mais importante. Quero jogar e vencer.
Você tem um saldo positivo em relação a quase todas as melhores jogadoras de tênis. A exceção é Serena Williams: das 15 disputas com ela, você perdeu 13. Na final do Aberto de Madrid, no último dia 12, ela não deixou chance alguma de vitória...
Serena é muito forte fisicamente e sempre mantém o mesmo nível. Durante a partida, que pode durar de duas a três horas, isso é muito importante. É claro que todos passam por apuros, mas Serena consegue superá-los com mais agilidade do que os outros. Isso sem falar no saque, que é sua arma perigosa.
Antes do Aberto de Madrid, você venceu a chinesa Na Li na final de Stuttgart. Como você se sentiu ao derrotar a tenista que havia te tirado das semifinais na Austrália?
Realmente não gosto de perder. E se isso acontece, quero obrigatoriamente uma revanche.
É a segunda vez que você vence o torneio de Stuttgart. Além do prêmio em dinheiro pela vitória, você também ganhou Porsche. Tem usado bastante os presentes?
O carro que ganhei no ano passado está na minha casa na Flórida. Ainda não recebi o segundo carro pela vitória neste ano nem preciso dele por enquanto. Quando voltar para os EUA, provavelmente vou mudar para o novo. A propósito, assinei recentemente um contrato com a Porsche e me tornei a embaixadora da marca.
Quais são os momentos mais memoráveis de sua carreira?
A minha primeira vitória nos torneios do Grand Slam, claro. Foi em 2004, quando tinha apenas 17 anos. Venci a final de Wimbledon, derrotando a própria Serena Williams. Outro momento importante foi também a vitória do ano passado em Roland Garros, depois de ter superado os efeitos da lesão grave no ombro.
Como você se vê depois de se aposentar do tênis?
(Risos) Eu me vejo nos negócios. Recentemente lancei as balas Sugarpova, em Moscou.
E como surgiu essa ideia?
Adoro balas. Há dois anos, lancei uma linha de produção. Esse é um negócio pessoal, não tenho parceiros nem sócios.
Sobra tempo suficiente para se envolver nesse negócio?
Na verdade, tenho pouco tempo, mas possuo uma boa equipe que mantém o meu negócio. Ainda assim, controlo tudo e estou ciente de todos os assuntos.
Eu mesma fiz uma pesquisa antes de lançar o produto. Em geral, os fabricantes produzem quase a mesma bala em pacotes semelhantes, destinados principalmente para crianças. As balas Sugarpova foram criadas como um produto de melhor qualidade e mais caro, projetado para adultos.
A apresentação da marca foi realizada em agosto de 2012, em Nova York. O primeiro lote foi completamente esgotado nas duas primeiras semanas de vendas. Nos primeiros seis meses, as balas passaram a ser comercializadas nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido, França e Emirados Árabes. No total, foram vendidos mais de 200 mil pacotes somente nos Estados Unidos ao longo dos primeiros seis meses.
Voltando às quadras de tênis, como foi participar dos Jogos Olímpicos de Londres? Você gostaria de participar das próximas Olimpíadas no Rio de Janeiro?
Sim, tenho muito vontade de participar do evento no Rio. Em Londres, levei a prata, perdendo para a Serena Williams na final. Mas quero conquistar o ouro no Rio de Janeiro. Portanto, até 2016, nem penso em finalizar a minha carreira.
Você irá para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sôtchi em 2014? Afinal, esta não é uma cidade estranha...
Sim, posso dizer que Sôtchi é a minha cidade natal. Foi lá que me envolvi no tênis e é onde minha família vive. Com certeza irei para os jogos! Por causa deles, vou até faltar em torneios, pois exatamente nessa época haverá grandes competições em Doha e Dubai.
Aliás, você tinha apenas oito anos quando entrou para a Academia Nick Bollettieri, na Flórida. Como foi o processo de adaptação em um novo país?
Não foi fácil no início. Eu morava em um quarto com duas meninas que eram muito mais velhas do que eu. Provavelmente por causa da diferença de idade nunca nos tornamos amigas. Além disso, havia a barreira do idioma. Meu pai, com quem fui para os Estados Unidos, começou a trabalhar e ele levava duas horas para chegar à Academia. Então, só nos víamos algumas vezes por semana. Minha mãe não conseguiu o visto e fiquei sem vê-la por dois anos.
Você tem amigas no torneiro da WTA (Associação Feminina de Tênis)?
Para jogadores de tênis, isso é muito complicado. As meninas raramente mantêm amizades em torneios. Por exemplo, nem consigo imaginar como é possível hoje sair para jantar com alguma das jogadoras de tênis e amanhã lutar com todas as forças para vencê-la. Afinal, toda jogadora de tênis na quadra para mim é uma rival, acima de tudo, que deve ser vencida.
Publicado originalmente pelo Kommersant
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