Soldado opera sistema robótico Uran por controle remoto para desativar minas na Tchetchênia
Said Tsarnaev/RIA NôvostiEmbora a ideia de robôs servindo no Exército russo possa parecer uma cena de ficção científica dos estúdios de Hollywood ou Mosfilm, a realidade mostra o contrário. Hoje, muitos sistemas técnicos voltados para a substituição completa de pessoas já estão em uso, entre eles drones, robôs de desminagem e unidades de reconhecimento.
O veículo submersível Gnom, por exemplo, foi submetidos a testes em 2015, realizando tarefas de exploração subaquática e desminagem. Já o sistema de defesa antiaérea Pantsir-S1, cobiçado pelo Brasil, opera em modo totalmente automático.
Testado em 2015, o Gnom mostrou eficácia em exploração subaquática Foto: Press Photo
No entanto, esses são desenvolvimentos distintos, geralmente criados sem a definição de uma tarefa principal. A fabricação de robôs como um novo tipo de armas e recursos próprios ainda está engatinhando na Rússia.
Uma das principais missões dos robôs militares é reduzir o número de vítimas no corpo militar, como é o caso do equipamento automático para desativação de minas, que levou a uma redução acentuada de fatalidades entre especialistas em desminagem.
Desejado pelo Brail, sistema Pantsir-S1 é totalmente automatizado Foto: Vitáli Kuzmin
Os robôs têm ainda outra vantagem crucial: são capazes de funcionar em condições em que os seres humanos seriam fisicamente incapazes de atuar. Missões subaquáticas e locais contaminados por radiação são, nesse âmbito, áreas prioritárias para o desenvolvimento de capacidades do robô.
Modelos do futuro
A indústria de defesa russa projetou vários tipos de robôs de combate, dos quais alguns estarão em breve a serviço das Forças Armadas do país. Entre os protótipos mais promissores está o Plataforma-M, que, embora possua uma estrutura simples, é capaz de portar armamentos como lançadores múltiplos de foguetes, metralhadoras, complexos antitanque e quase qualquer arma portátil com peso até 300 kg.
A instalação de sistemas de inteligência eletrônica também transforma o robô em um olheiro eficaz no campo de batalha. A armadura resistente dos Plataformа-M os torna praticamente imunes aos efeitos de pequenas armas de fogo, enquanto a velocidade máxima do robô, superior a 10 km/h, é equiparável à velocidade de um soldado correndo. A diferença, porém, é que o dispositivo pode manter esse “ritmo de marcha” por mais de 10 horas.
Plataforma-M usado para prevenir ataques terroritas a instalações do Ministério da Defesa Foto: Vitáli Ankov/RIA Nôvosti
Um modelo semelhante – e igualmente promissor – é o robô de combate MRK-27-BT, que vem armado com lança-granadas, lança-chamas e uma metralhadora, além de ser capaz de lançar granadas de fumaça e de atordoamento. Graças a um sistema de trilha de lagarta exclusivo, o robô é também altamente manobrável, e seu alcance de 500 metros permite que o operador fique posicionado em relativa segurança.
Tanto o Plataforma-M como o MRK-27-BT deverão entrar em serviço nas Forças Armadas russas nos próximos anos, garantem os militares.
Além de oferecer maior segurança para os combatentes, o MRК-27-BТ é bastante manobrável Foto: Vitaly V. Kuzmin
Também digno de destaque, o robô Uran (Urano), ao contrário dos tipos anteriormente citados, podem realizar simultaneamente funções diferentes em condições de combate. Para se ter uma noção, se a Plataforma-M fosse um pequeno dispositivo compacto medindo 1,5 x 1,5 milímetros, o Uran seria como um pequeno tanque de oito toneladas que pode funcionar como um sistema de assalto, caça-minas ou equipamento para combate a incêndios.
Além das armas padrão de pequeno porte, o Uran está equipado com canhões e sistemas de mísseis que o transformam em uma unidade de combate respeitável. Em testes realizados em maio de 2015, o robô mostrou que é capaz de neutralizar não apenas soldados, mas também veículos blindados e alvos aéreos individuais.
O operador pode controlar o Uran a partir de uma distância de até um quilômetro, o que permite usá-lo de forma eficiente em combate ou condições extremas. Uma versão especial também foi projetada para extinguir incêndios florestais e analisar os detritos, o que, segundo os projetistas, pode vir a ser aperfeiçoado para fins civis.
Por último, mas não menos importante, encontra-se o projeto de tanque médio Armata T-14, que conta com uma torreta armada, não tripulada e totalmente automatizada, eliminando a necessidade de tripulantes no compartimento superior de combate. Em vez disso, há um espaço para três soldados sentados na parte da frente do veículo.
A torreta automatizada oferece ainda outras vantagens: peso reduzido, uma vez que a não é necessária armadura pesada para proteger o comandante e artilheiro; aumento da segurança, porque o ataque a essa estrutura não irá afetar a tripulação; e uma maior amplitude de movimento para a arma principal.
O Armata T-14 apresenta inúmeras vantagens em relação a outros modelos de tanque Foto: EPA
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