5 curiosidades sobre o alfabeto russo

Kira Lissítskaia (Foto: Dmítri Tchassovítin/Global Look Press; Unsplash)
Quando Pedro 1° "mudou" o alfabeto russo, a letra "iá" acabou indo parar no final do alfabeto, e o cirílico quase se transformou no alfabeto latino...

Versão moderna do alfabeto russo tem apenas 81 anos de idade

Na forma em que conhecemos o alfabeto russo hoje, ele existe desde 1942. Foi nessa época que a letra "ё" (que soa “io”) deixou oficialmente de ser uma variação da letra "e" (que soa “ie”) — mas logo se tornou apenas uma questão de acento novamente. 

Números no alfabeto russo antigo eram denotados pelas letras

Antes da reforma do alfabeto por Pedro, o Grande, no início do século 18, as letras do alfabeto russo antigo eram usadas não só para escrever palavras, mas também para indicar números. Elas eram distinguidas com a ajuda de um “titlo”, ou seja, um sinal sobrescrito dobrado.

Pedro, o Grande, "vestiu" o alfabeto com uma roupagem europeia

Alfabeto cirílico russo de Pedro, o Grande (1707).

Durante o reinado de Pedro, o Grande, a ciência e a educação estavam se desenvolvendo ativamente, o que implicava a necessidade de imprimir um grande número de livros. Portanto, em 1708, o imperador realizou a primeira reforma do alfabeto russo: ele removeu elementos decorativos desnecessários das letras, aproximou sua ortografia do alfabeto latino e algumas delas – como o "ksi", "ômega" e "psi" - foram retiradas completamente de uso. Foi assim que surgiu a fonte cívica ou de Amsterdã - as letras eram fundidas na cidade homônima.

Os livros seculares passaram a usar a nova fonte (já os litúrgicos permaneceram fiéis às antigas tradições). Foi também nessa época que ocorreu a transição para os algarismos arábicos.

Mudanças mais significativas foram feitas pelos bolcheviques

A última reforma significativa do alfabeto russo ocorreu em 1918. Foi nessa época que a letra “я” ("iá") se tornou a última do alfabeto: eles desapareceram com a letra Ѳ (“fita”), a letra V (“ijitsa”), bem como do “І» (também o decimal).

A reforma estava sendo preparada desde 1904 e afetou não só o conteúdo do alfabeto. Por exemplo, em vez da letra “ѣ” (“iat”) nas palavras “онѣ» e

“однѣ», agora era necessário escrever a letra “и”: “они” e “одни”.

O sinal rígido foi mantido apenas como um separador e excluído do final das palavras. Só então foi introduzida a regra familiar dos prefixos “З”/ “С”: antes de uma consoante surda, colocamos “C”, e antes de uma sonora ou vogal, o “З”.

O alfabeto cirílico podia ter sido substituído pelo alfabeto latino

  1. Lunatchárski em ações de agitação entre trabalhadores e soldados.

A ideia de traduzir o alfabeto cirílico para o latim foi apoiada pelo Comissário (ministro) da Educação Anatóli Lunatchárski, que considerava o alfabeto russo como "a herança da Rússia pré-revolucionária". 

A partir de 1929, o linguista Nikolai Iakovlev passou a trabalhar no desenvolvimento do alfabeto. Ele também supervisionou a criação de um alfabeto separado para os vários povos de línguas ágrafas (sem uma escrita) da URSS e a latinização dos alfabetos dos povos muçulmanos. No final das contas, o projeto foi abandonado, já que Stálin era a favor da disseminação ativa do idioma russo.

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