Rússia investirá 600 milhões de dólares na extração de lítio na Bolívia

Gaston Brito Miserocchi/Getty Images
O metal é necessário para a produção de baterias e sistemas de armazenamento de energia. A Rússia já importa cerca de 9.000 toneladas de carbonato de lítio por ano da América do Sul.

A Uranium One Group, uma subsidiária da Rosatom (corporação estatal nuclear da Rússia), assinou um acordo-quadro com a estatal boliviana Yacimientos de Litio Bolivianos para construir um complexo industrial para a extração e produção de carbonato de lítio, segundo a RBC.

Em junho de 2022, a Yacimientos de Litio Bolivianos anunciou que a Uranium One Group estava entre as finalistas na licitação para explorar depósitos de lítio, juntamente com a norte-americana Lilac Solutions e outras quatro empresas da China. Na época, Carlos Ramos, presidente da estatal boliviana, afirmou que essas licitantes ofereciam a melhor tecnologia para desenvolver as jazidas e organizar a produção.

A Uranium One Group irá explorar o depósito de Pastos Grandes, no sudoeste da Bolívia. Para a Rosatom, este é o primeiro projeto estrangeiro de grande escala na área de produção de lítio; os investimentos serão de cerca de 600 milhões de dólares, segundo informou Kirill Komarov, primeiro vice-diretor-geral e diretor da Unidade de Desenvolvimento e Negócios Internacionais da Rosatom.

Segundo Komarov, a previsão é que o complexo industrial tenha capacidade para extrair 25 mil toneladas (6% da produção mundial) de carbonato de lítio por ano, com possibilidade de aumentá-la conforme os resultados da exploração geológica. O comissionamento da primeira fase e o início da produção estão previstos para 2024, atingindo a capacidade total em 2027.

O lítio é uma matéria-prima para a produção de baterias e sistemas de armazenamento de energia necessários para o transporte elétrico e energia renovável. Os maiores produtores mundiais de lítio atualmente são Austrália (55%), Chile (26%), China (14%) e Argentina (6%). Na Bolívia, foi até agora pouco explorado (543 toneladas de carbonato de lítio ao ano; para comparação, o vizinho Chile produz 208.000 toneladas por ano).

No entanto, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o país latino-americano concentra 21 milhões de toneladas de lítio, ou 21,4% dos recursos mundiais desse metal. A Rússia não extrai lítio, importando cerca de 9.000 toneladas de carbonato de lítio por ano da América do Sul.

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