De agricultura a comércio de roupas de verão e guarda-chuvas, estação fria e chuvosa virou Rússia de cabeça para baixo.
Maksim Blinov/RIA NôvostiO verão de 2017 na porção ocidental da Rússia tem sido excepcionalmente frio e chuvoso. Em maio, a capital russa presenciou chuvas, trovoadas e até neve.
O Centro Hidrometeorológico russo classificou o mês como o mais frio do século 21 na Rússia, seguido por junho. A temperatura média em junho foi dois graus inferior ao habitual, com os termômetros alcançando máximas de apenas 14,5 graus Celsius positivos.
O impacto sobre a economia e o consumo foram sentidos fortemente.
1. Na agricultora
A agricultura depende muito do tempo, e as chuvas e temperaturas baixas inesperadas prejudicaram o rendimento dos produtores nacionais.
Segundo o Banco Central da Rússia, devido ao mau tempo, os agricultores precisaram reprogramar o tempo de plantio de diversos cultivos (batatas, pepinos, tomates, cenouras, cebolas etc.). O volume de cultivo caiu 23%
De acordo com a União Nacional das Seguradoras Agrícolas, as prováveis perdas poderão ultrapassar os US$ 43,8 milhões.
"A maioria das empresas agrícolas não é segurada, assim, essas perdas poderão levar a um aumento monetário da cesta de alimentos e à elevação da importação de produtos agrícolas. Neste cenário, o governo poderia fornecer subsídios para limitar o crescimento da inflação ", sugere o vice-presidente da organização pública de pequenas e médias empresas da Rússia "Opora Rossii", Pável Sigal.
2. Aumento da inflação
As perdas agrícolas levaram a um aumento nos preços dos alimentos, o que aumentou a inflação. Segundo o órgão regulador russo, no final de junho a inflação chegou a atingir 4,4%, enquanto os preços dos produtos alimentares aumentaram 8,3%.
Neste cenário, o Banco Central terá que ajustar as taxas de juros e considerar outros riscos potenciais, de acordo com especialistas da Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública da Rússia.
Para eles, a potencial recuperação da demanda e o enfraquecimento da moeda russa podem acelerar ainda mais a inflação.
3. Mudanças nos padrões de compra
Devido ao caráter excepcionalmente frio deste verão, muitos russos mudaram seus padrões de consumo. O público passou a comprar guarda-chuvas, aquecedores e botas de borracha, em vez de sorvete e bebidas frias, como, por exemplo, a tradicional bebida russa kvas.
As vendas de guarda-chuvas subiram 135%, enquanto a demanda por sorvete, carne para churrasco, aparelhos de ar condicionado e roupas de verão caiu significativamente.
Lojas de roupas ofereceram descontos de até 70% para tentar se livrar das roupas leves de verão.
4. Aumento do desemprego
O mau tempo na Rússia também afetou a taxa de desemprego, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Econômico.
A maior alta da taxa foi registrada no setor da agricultura (15,4%, em comparação com o ano anterior) e no comércio 3,1%.
O número total de desempregados na Rússia subiu de 3,9 milhões, em abril, para 4,1 milhões, em maio.
5. Queda do turismo doméstico
A indústria do turismo doméstico para balneários tradicionais como Sôtchi e a Crimeia também passa por uma crise. Em junho, os russos optaram por destinos mais quentes no exterior, como o Chipre, ao invés da região do Mar Negro.
Hoje, os balneários russos estão muito menos populares entre os russos do que os da Turquia ou da Grécia, de acordo com o serviço on-line Level.Travel.
O interesse por balneários russos caiu 5% em comparação com os indicadores de 2016.
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