Redes sociais facilitaram busca por vítimas e pressão por dinheiro
Getty ImagesEm junho, a história do empresário russo Khikmet Salaev, 41 anos, chocou os russos. O homem teria uma dívida de 30 milhões de rublos (em torno de R$ 1,6 milhão) com “parceiros comerciais” e foi sepultado vivo no cemitério Liubertsi, em Moscou.
Os criminosos deixaram um telefone em seu caixão para que ele pudesse contatar amigos ou parentes dispostos a pagar o resgaste a tempo.
Salaev conseguiu contato com seu o irmão mais novo, que transferiu 1,2 milhão de rublos (R$ 65 mil), além de dar seu carro. Os mafiosos revelaram então a localização do túmulo, e o empresário foi levado para o hospital com várias costelas quebradas.
Anos 90
A polícia lançou uma investigação criminal, e dois dos cinco responsáveis pelo ataque a Salaev foram presos. O episódio, porém, lembra histórias comuns nos anos 1990.
Segundo especialistas entrevistados pelo site de notícias Lenta.ru, as técnicas usadas para extorquir dinheiro de empresários não mudaram significativamente desde então.
Sequestro e agiotagem continuam sendo táticas comuns empregadas por criminosos no país. No entanto, as redes sociais, como Facebook, por exemplo, transformaram-se em uma ferramenta fundamental para encontrar potenciais vítimas e pressioná-las para transferir dinheiro. Os ataques brutais e sangrentos que eram frequentes há trinta anos estão sendo substituídos para o ambiente on-line, dizem especialistas.
“Na década de 1990, os agiotas e chantagistas eram identificáveis e era possível pegá-los em flagrante. O desenvolvimento de tecnologias gerou um novo cenário, em que um criminoso pode simultaneamente pressionar dez pessoas usando centenas de recursos de apoio. Não há necessidade de mexer os músculos”, disse ao Lenta.ru Dmítri Rusakov, da Group-IB, empresa especializada em crimes de TI.
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