Bolívia e Rússia renovaram planos de colaboração bilateral.
servicio de prensaO vice-ministro da Energia russo, Iúri Sentiúrin, disse durante negociações em La Paz que a Rússia poderá compartilhar tecnologias para extração e utilização de lítio com os bolivianos.
"As empresas russas estão prontas a investir centenas de milhões de dólares em projetos de lítio e gás, assim como em programas de cooperação bilateral com a Bolívia", declarou Sentiúrin
"A demanda por matérias-primas está crescendo em todo o mundo. Vários países, entre eles a Bolívia, podem se tornar novos fornecedores”, explica o especialista da consultoria financeira Finam Management, Dmítri Baranov.
Segundo Baranov, ambos os países seriam beneficiados nas transações: a Bolívia começaria a desenvolver novas jazidas e incrementar sua economia, enquanto a Rússia aumentaria suas reservas de matérias-primas.
Cooperação no setor de gás
A Gazprom já opera no mercado boliviano e, até o final deste ano, gigante estatal russa do gás já havia investido na jazida Incahuasi US$ 350 milhões, de acordo com o diretor da empresa, Aleksêi Miller.
"É um investimento muito rentável, e as reservas da jazida ultrapassam os 70 bilhões de metros cúbicos”, explica o diretor de operações da consultoria Freedom Finance, Gueôrgui Váschenko.
Segundo especialistas, chave para o futuro da economia mundial está no lítio, e não no petróleo ou no gás. Foto: Getty Images
Na primeira fase de operações na jazida Incahuasi, já foram construídos três poços, um sistema de produção de gás com a capacidade para 6,9 milhões de metros cúbicos por dia e um sistema de gasodutos internos.
Além disso, a Incahuasi já está ligada à rede de gasodutos nacionais da Bolívia.
Chave para a economia do futuro
Segundo especialistas, a área de cooperação mais promissora entre os dois países, porém, é a produção de lítio.
"O lítio é um elemento estrategicamente muito importante. Sem ele, é impossível desenvolver a economia moderna", diz o professor da Academia Presidencial de Economia Nacional e Administração Pública da Rússia, Ivan Kapitonov.
O elemento é usado, na atualidade, em quase todos os setores da economia, e reduz em 29% a temperatura de fusão na produção de cerâmica e vidro, sendo utilizado também na produção de baterias.
Devido à alta demanda por lítio, os preços de baterias na China, maior fabricante mundial do produto, subiram para US$ 20 mil por tonelada em meados de 2016 - quase o triplo de seu valor no ano anterior.
"Há uma teoria muito interessante segundo a qual o esgotamento dos recursos de lítio, e não de petróleo ou gás, é que irá parar o progresso da humanidade. Mas, devido ao refinamento contínuo de dados sobre a quantidade desse metal no mundo, é pouco provável que a teoria se torne realidade", diz Kapitonov.
Para ele, os países que têm depósitos consideráveis de lítio têm a chave para o futuro da economia mundial.
Assim, a cooperação entre a Rússia e a Bolívia - que têm cerca de 70% das reservas mundiais de lítio - é extremamente promissora.
"A Rússia também tem reservas consideráveis de lítio, de cerca de 2,5 milhões de toneladas. Mas essa quantidade é irrisória em comparação com as reservas da Bolívia, que tem quase 100 milhões de toneladas do produto. Além disso, o custo de produção na Bolívia é muito menor", diz Kapitonov.
Em abril de 2016, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois países assinaram o "Plano de Desenvolvimento da Cooperação Estratégica entre Rússia e Bolívia", que contém 56 pontos em diferentes áreas de cooperação, entre elas as de energia, extração de recursos naturais, cooperação técnico-militar, economia, turismo, cultura, educação, pesquisa científica, saúde etc.
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