Privatização da Rosneft está sendo considerada "pouco provável"
ReutersO governo russo não realizará a privatização de uma das maiores empresas petrolíferas do país, a Bashneft, em setembro de 2016, declarou o primeiro vice-premiê da Rússia, Ígor Chuvalov.
Além disso, segundo o jornal RBC Daily, o governo ainda não recebeu nenhuma proposta para a compra de 19,5% das ações da maior petrolífera russa, a Rosneft. De acordo com fonte do RBC Daily no gabinete que não quis ser identificada, a privatização da Rosneft também é pouco provável.
"As razões estratégicas para adiar a privatização são a difícil situação no mercado de petróleo e as perspectivas vagas de atração de investidores privados", explica o especialista em macroeconomia da empresa financeira Otkrítie Broker, Serguêi Khestanov.
Segundo o vice-premiê russo, o governo já encontrou diversos possíveis compradores do pacote de ações da Bashneft, inclusive a maior petrolífera privada russa, a Lukoil, a própria Rosneft e a NNK. A empresa de auditoria EY avalia o pacote estatal de ações da Bashneft em US$ 4,8 bilhões.
No entanto, o governador de Bashkortostão, onde está localizada a maioria das produções da Bashneft, declarou que a avaliação não corresponde à realidade e enviou uma carta ao presidente Pútin explicando que é possível vender os ativos da empresa por um preço maior. Para efeito de comparação, o governo pretende vender 19,5% das ações da Rosneft por US$ 10,9 bilhões.
“O governo teve que adiar a privatização da Bashneft porque os compradores simplesmente não gostaram do preço”, diz o vice-presidente do centro financeiro IFC, Stanislav Verner.
Segundo ele, a privatização da petrolífera estatal ajudaria a desenvolver a concorrência e reduzir as dívidas do Estado na economia. No entanto, o principal comprador, a Lukoil, não concordou em pagar o preço estimado pelos consultores de investimento.
Principais consequências
Segundo os economistas, o maior problema reside no fato de que a venda de ações da Rosneft e da Bashneft é condição básica para manter em 3% o deficit do orçamento estatal em 2017.
De acordo com Khestanov, para conter o crescimento do deficit orçamentário, as autoridades financeiras terão que cortar os gastos do governo e gastar os fundos de reserva.
"A situação no mercado mundial do petróleo não vai melhorar, e sem a privatização será difícil manter o deficit em 3%”, diz.
O professor da Escola de Governança Corporativa da Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública da Rússia, Ivan Kapitonov, não acredita que o governo consiga manter o deficit do orçamento sem privatizar as petrolíferas.
“Creio que o deficit orçamental vá chegar a 5%. Outra saída poderia ser o enfraquecimento do rublo, a Rússia vende matérias-primas em dólares, e, caso, o rublo perca valor, as rendas orçamentais crescerão”, disse Kapitonov.
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