Política financeira proposta recebeu críticas da pasta do Desenvolvimento Econômico
ReutersO Ministério das Finanças da Rússia está gastando todos os recursos possíveis para combater o deficit de orçamento do país, o que levará ao fim do Fundo de Reserva até 2017 e à liquidação da maior parte do Fundo Nacional de Previdência (reserva de receitas excedentes do petróleo) até 2019, informou a agência de notícias Reuters. Funcionários do Ministério das Finanças confirmaram esses números ao jornal “Vedomosti”.
O governo planeja retirar do Fundo Nacional de Previdência (FNB, na sigla em russo) mais de US$ 12 bilhões em 2017, US$ 13,7 bilhões em 2018 e US$ 13,3 bilhões em 2019. Hoje, o FNB tem US$ 72,7 bilhões. De acordo com os planos atuais para o fim do déficit, em 2019, as reservas do FNB cairão para US$ 7,7 bilhões.
Para equilibrar o orçamento, o Ministério das Finanças pretende aumentar o endividamento interno líquido de US$ 4,6 bilhões em 2016 para US$ 20 bilhões em 2017. Em 2018 e 2019, o endividamento será de US$ 22,8 bilhões e US$ 22,3 bilhões, respectivamente. As despesas com devedores vão crescer gradualmente: de US$ 10 bilhões em 2016 para US$ 13,8 bilhões em 2019.
O Ministério do Desenvolvimento Econômico não está de acordo com a política financeira do Ministério das Finanças. Segundo um representante do Ministério do Desenvolvimento Econômico que não quis se identificar, é preciso mobilizar todos os recursos para a execução do orçamento, incluindo a privatização, para não prejudicar os fundos. No entanto, ambos os Ministérios apoiam o aumento do endividamento. Segundo o ministro do Desenvolvimento Econômico da Rússia, Aleksêi Uliukaev, é admissível aumentar os empréstimos líquidos até 1,5% do PIB em 2017 e 2018.
No momento, o Ministério das Finanças está bancando o déficit com ajuda do Fundo de Reserva (no período de abril e maio o governo retirou US$ 12,1 bilhões do fundo), o que leva a um excesso de liquidez estrutural no mercado monetário. No entanto, os bancos não estão se apressando em aumentar os empréstimos, porque, de acordo com a Associação de Bancos Regionais, os instrumentos de dívida do Banco Central e do Ministério das Finanças são mais atraentes.
De acordo com o economista do banco ING, Dmítri Polevoi, a decisão de aumentar os empréstimos é correta. “Isso levará a saída de uma parte significativa dos mutuários privados do mercado", disse Polevoi.
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