Queda dos preços do carvão não derruba produção interna

Cerca de 40% da atual produção doméstica é enviada ao exterior

Cerca de 40% da atual produção doméstica é enviada ao exterior

Aleksandr Kriajev/RIA Nôvosti
Preços do carvão caíram quatro vezes ao longo dos últimos cinco anos, Exportações e produção diversificada são saídas usadas por fabricantes russos.

Nenhum produtor de carvão de coque previa que a tonelada vendida por US$ 300, em 2011, não conseguiria ultrapassar, em fevereiro passado, a marca dos US$ 74. Os preços do carvão-vapor, usado em usinas termelétricas, também surpreenderam ao cair de US$ 142 para US$ 53.

Em termos gerais, os preços do carvão caíram quatro vezes ao longo dos últimos cinco anos, avalia a agência norte-americana Platts.

Para os economistas do Instituto de Pesquisas Energéticas da Academia Russa de Ciências, a queda dos preços do carvão foi motivada também pela desvalorização do petróleo.

“O mercado de carvão é bem complexo e geralmente reflete a desaceleração da economia global", explica Vladímir Malinôvski, chefe do departamento de análise da Schildershoven Finance. Cortes na produção de aço também influenciam por reduzirem a demanda por carvão.

Produção diversificada

Apesar da conjuntura negativa, o país está aumentando os volumes de produção de carvão. Em 2015, o país produziu 373 milhões de toneladas de carvão, o que representa um acréscimo de 4% em relação ao ano anterior, segundo o Ministério da Energia da Rússia.

A expectativa para 2016, segundo a pasta, é não só manter este volume de produção, como também diversificá-la.

Diversos produtores russos já começaram a apostar no processamento profundo de carvão, que permite produzir amônia, coque, resina, plástico e alcatrão de hulha.

O centro de pesquisa de carvão e química de carvão, aberto em 2015 na cidade de Kuzbass, vem desenvolvendo, em paralelo, tecnologias seguras para o processamento de combustíveis sólidos. Situada a 3.000 km de Moscou, região produz mais da metade de todo o carvão russo.

Exportações

Os especialistas do Instituto de Engenharia e Economia da Academia Russa de Ciências acreditam que o nível de consumo de carvão na Rússia esteja caindo devido ao aumento da produção de gás natural.

“Nas condições de estagnação do consumo interno, a exportação do produto é o motor de crescimento da produção interna”, diz a diretora do instituto, Liudmila Plakítkina.

Atualmente, a Rússia fornece carvão para 50 países. Segundo o Ministério da Energia, entre 2011 e 2014, as exportações do produto aumentaram de 106 para 152 milhões de toneladas. Cerca de 40% da atual produção doméstica é enviada ao exterior (infográfico abaixo).

“A desvalorização do rublo em relação ao dólar e ao euro permitiu diminuir os custos de produção e não perder mercado”, diz Malinóvski.

Além disso, a Índia e os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático têm aumentado o consumo do carvão russos, e devem se tornar, até 2030, os principais clientes desses produtores.

Entre os países que aumentaram a compra de carvão russo estão Taiwan (2,4 vezes), Bulgária (1,8 vezes), Sérvia (1,8 vezes), Coreia do Sul (1,6 vezes), Romênia (1,5 vezes), Suíça (1,4 vezes), Eslováquia (1,2 vezes), além de Espanha, Chipre e Finlândia.

As exportações para mercados mais tradicionais, como Japão, Reino Unido, Ucrânia, Turquia e Polônia, diminuíram.

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