Em Davos, vice-premiê promete eliminar dependência do petróleo

Trutnev: “Desvalorização do rublo não é boa para os cidadãos, mas é positiva para os investidores”

Trutnev: “Desvalorização do rublo não é boa para os cidadãos, mas é positiva para os investidores”

swiss-image.ch/Fórum Econômico Mundial,
Em meio a reformas estruturais, governo pretende focar estímulo a zonas econômicas especiais no Extremo Oriente. Suspensão de sanções e onda de privatizações também seguem como alternativas para retomada do crescimento.

Apesar da redução drástica do investimento estrangeiro, os baixos preços do petróleo estão ajudando o governo russo a prosseguir com reformas de grande escala, declarou o vice-primeiro-ministro e chefe da delegação russa em Davos, Iúri Trutnev, durante o Fórum Econômico Mundial, encerrado no sábado (23).

“Uma das consequências da crise na Rússia é a desvalorização da moeda nacional, que não é boa para os cidadãos, mas é positiva para os investidores”, disse Trutnev.

O vice-premiê acrescentou que o país vem melhorando significativamente sua posição ranking anual do Banco Mundial sobre ambiente de negócios e destacou que o custo de produção no país tem atingido níveis recordes.

Uma das apostas do governo para atrair investidores após a execução das reformas será, segundo Trutnev, o estímulo às zonas econômicas especiais (ZEEs) no Extremo Oriente do país, com benefícios fiscais nos moldes do Sudeste Asiático.

“Não pensamos em nada novo”, disse Trutnev. “Acabamos de estudar a forma como Singapura, Malásia e outros países do Sudeste Asiático se desenvolveram e, como resultado, esboçamos um plano com base nas melhores práticas.”

Cerca de 80 moradores das ZEEs russas já estão trabalhando em projetos com um volume total de investimento na faixa de 300 bilhões de rublos (US$ 3,76 bilhões).

A editora-chefe do grupo de mídia RBK, Elizaveta Osetínskaia, declarou que “embora todo mundo [na Rússia] esteja acostumado a viver sob certa tensão, tanto as grandes como as médias empresas esperam muito de 2016.

Para Osetínskaia, a suspensão de sanções recíprocas com os EUA e a União Europeia e uma onda de privatizações em larga escala, semelhante ao que aconteceu após a queda da URSS, seriam as duas principais alternativas para a recuperação econômica do país.

Diversos participantes do fórum em Davos observaram que a participação do primeiro-ministro russo Dmítri Medvedev como chefe da delegação russa na próxima Conferência de Segurança de Munique, em fevereiro, sugere que as relações entre a Rússia e os países ocidentais poderiam ser normalizadas em breve.

Acordos bilionários

Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, o Fundo de Investimento Direto russo assinou um acordo com a DP World, operadora portuária dos Emirados Árabes Unidos, segundo o qual a empresa investirá até US$ 2 bilhões em portos russos.

Além disso, também foi anunciada a parceria com o Fundo de Investimento Público Saudita para novos projetos conjuntos em setores de varejo, logística e imobiliário. Os acordos, cujos detalhes não foram revelados, devem movimentar até US$ 10 bilhões.

 

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