Custo de exploração caiu junto com a queda do rublo
Shutterstock / Legion-MediaApesar de os preços do petróleo continuarem em queda no início de 2016, os economistas estão convencidos de que a venda do barril a US$ 30 não é crítica para as maiores petrolíferas do país, que estão inclusive se preparando para valores ainda mais baixos.
Em dezembro passado, o Ministério da Energia russo pediu às principais petrolíferas do país para realizarem testes de resistência a um preço de US$ 30 por barril. Até agora, porém, os resultados não foram divulgados formalmente.
De acordo com o porta-voz da maior petrolífera russa Rosneft, Mikhail Leôntiev, a empresa tem um cenário de estresse calculado sobre o preço de US$ 30 por barril. Segundo ele, a esse valor, a petroleira continuará a implementar todos os projetos, inclusive nas plataformas continentais.
Os porta-vozes da Lukoil, Gazprom Neft e Surgutneftegaz se recusaram a comentar sobre os resultados dos testes de estresse. Uma fonte do jornal “RBC” na Rosneft garante, no entanto, que a maioria das petrolíferas russas não têm necessidade de alterar seus investimentos e planos operacionais enquanto o preço do um barril do petróleo tipo Brent estiver acima de US$ 25.
No limite da rentabilidade
Embora os analistas da empresa de serviços financeiros UBS prevejam que o preço da commodity não vá crescer durante o primeiro semestre, os analistas do britânico Standard Chartered Bank acreditam que o petróleo possa vir a ser comercializado a US$ 10 por barril.
O presidente da Rosneft, Igor Sêtchin, declarou recentemente que o custo de produção de um barril de petróleo para a empresa é de cerca de US$ 4, excluindo os custos de transporte e impostos. “Assim, estamos prontos para continuar a luta pelo mercado”, disse Sêtchin.
A segunda maior petrolífera russa, a Lukoil, espera um declínio dos investimentos em 20% se o preço do barril continuar na faixa de US$ 30 ou menos. “O preço de US$ 24 por barril é o limite para a empresa”, disse diretor da Lukoil, Vagit Alekperov, em entrevista ao jornal “Vedomosti”.
No entanto, de acordo com um relatório interno, a desvalorização do rublo nos primeiros nove meses de 2014 diminui em 35% os custos de produção da Lukoil, chegando a US$ 3,68 por barril, sem considerar impostos e custos de transporte.
A empresa, que conseguiu sobreviver e pagar salários quando os preços do petróleo eram de apenas US$ 9, não seria capaz da mesma façanha nos dias de hoje, segundo Alekperov. “Tais preços levariam a um nível de investimento zero e à redução na produção”, disse.
Orçamento sem petróleo
Os analistas do Bank of America Merrill Lynch acreditam que, graças à desvalorização do rublo e à flexibilidade da taxa básica de juros, as petrolíferas russas têm sido capazes de resistir à queda dos preços do petróleo.
Entretanto, se os preços de comercialização da commodity caírem abaixo de US$ 15 por barril, os impostos sobre mineração e direitos de exportação serão zerados, fazendo com que as receitas do orçamento federal despenquem pela metade.
Segundo os especialistas, para evitar esse cenário, o Estado teria então que aumentar a carga fiscal sobre as petrolíferas, o que reduziria a rentabilidade das empresas.
Publicado originalmente pelo RBC Daily
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