Recuperação dos preços do petróleo é esperada apenas para 2017
ReutersDepois de sucessivas quedas ao longo do ano, o preço do petróleo tipo Brent chegou a ser comercializado a US$ 36,68 por barril nesta terça-feira (29). Além dos prejuízos imediatos do fenômeno, as principais petrolíferas russas estão sendo forçadas a suspender diversos projetos.
Só neste ano, a Rosneft, maior produtora de petróleo no país, anunciou o congelamento do desenvolvimento de nove jazidas alegando que os preços atuais da commodity não garantem a recuperação dos custos envolvidos na exploração.
Segundo o presidente da empresa, Ígor Sêtchin, para evitar uma crise, o barril deveria ser novamente comercializado a US$ 80. “Mas a recuperação dos preços começará apenas no segundo semestre de 2017”, previu Sêtchin no final de novembro.
Também considerando uma melhora em longo prazo, a Lukoil, segunda maior petrolífera russa, preparou o orçamento de 2016 com base em uma previsão conservadora. A expectativa do vice-presidente da empresa, Leonid Fedun, é que os preços fiquem em torno de US$ 50 por barril.
No entanto, segundo o presidente da Lukoil, Vaguit Alikperov, só será possível manter os investimentos e explorar novas jazidas, inclusive no Ártico, caso os preços subam para US$ 65-90 por barril.
Menos otimistas, a Gazprom Neft e a Russneft acreditam que, no ano que vem, o barril da commodity será vendido a US$ 45. “Devido às diferenças na taxas de câmbio e da reforma do sistema fiscal, trabalhamos quase à beira da rentabilidade. Esperamos receber lucro apenas após 2018”, declarou o proprietário da Russneft, Mikhail Gutsirêvitch.
Entre as principais petrolíferas do país, a única que mantém uma visão mais positiva do cenário é a Bashneft, do Tatarstão, cujo diretor, Aleksêi Lisovenko, prevê que os preços do petróleo subam para a faixa de US$ 60 por barril.
2016 sem esperança
Pelas previsões do Ministério do Desenvolvimento Econômico russo, os preços do petróleo tipo Urals irão variar entre US$ 40 e US$ 50 por barril no ano que vem.
“A queda dos preços é uma tendência de longo prazo. O petróleo vai permanecer abaixo de US$50/barril até as eleições presidenciais na Rússia em 2018, o que se tornará um incentivo para realização das reformas econômicas”, sugere o ex-ministro da Economia, Aleksêi Kúdrin.
A contínua queda dos preços se deve, segundo economistas, à recusa da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a fixar os volumes de produção da commodity.
Acredita-se que a situação possa se deteriorar ainda mais em 2016, já que o mercado continuará sendo inundado com petróleo proveniente dos países da Opep, incluindo o Irã, que começou a exportar o produto após o levantamento das sanções.
Publicado originalmente pelo jornal RBC Daily
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