Queda no preço do petróleo tem impacto direto no PIB russo
Shutter Stock/Legion MediaOs preços baixos do petróleo levaram a um recorde de estoque nas instalações de armazenagem na Europa e nos Estados Unidos. A oferta excessiva no futuro poderá levar a queda da demanda e consequente maior redução dos preços, afirmam os especialistas da Goldman Sachs.
“O mesmo aconteceu em 1998 e em 2009, quando a demanda caiu, e os preços do petróleo foram drasticamente reduzidos”, explicam os especialistas da Goldman Sachs em pesquisa publicada no final de outubro.
O cenário preocupa os dirigentes da pasta de Economia, já que, segundo relatório do Citigroup, uma queda de US$ 10 no preço do barril de petróleo levaria a redução de 0,8% do PIB russo.
“Não é a primeira vez que os analistas da Goldman Sachs assustam o mercado com previsões da queda dos preços do petróleo”, diz Geôrgui Váschenko, chefe de operações do mercado de ações da empresa de investimentos Freedom Finance.
“Segundo a Goldman Sachs, o preço pode cair até US$ 20 por barril e permanecer nesse nível por décadas. No entanto, é preciso entender que a queda dos preços do petróleo leva ao crescimento do volume de reservas, e não vice-versa”, acrescenta Váchenko.
Para o analista da empresa de investimentos UFS IC, Piotr Dachkêvitch, as reservas vêm crescendo devido a preocupações de possíveis interrupções nos fornecimentos do Oriente Médio. “Não há nenhuma garantia de que esse crescimento necessariamente resultará em uma liberação maciça de petróleo no mercado”, afirma.
O preço do petróleo se mantém em baixa há mais de seis meses e “já corresponde ao preenchimento de instalações de armazenagem”, garante Aleksêi Baskakov, da Finexpertiza. Por esse motivo, segundo ele, haverá apenas uma ligeira redução dos preços até o final de 2015.
No entanto, as medições já estão respondendo às novas previsões negativas. Na quinta-feira passada (29), o preço do petróleo tipo Brent caiu 1,57% até US$ 48,3 por barril.
Expectativas
“A indústria terá que esperar o crescimento da demanda ou reduzir a produção”, alerta Dashkévitch, da empresa de investimentos UFS IC. “Hoje ninguém quer reduzir a produção. Apenas os produtores mais ineficientes estão saindo do mercado”, completa.
Apesar das previsões, a queda dos preços do petróleo não está levando ao fechamento de depósitos de xisto nos Estados Unidos. “Os preços caíram até US$ 45, mas os EUA continuam a extrair o óleo de xisto”, diz Baskakov. Os depósitos norte-americanos são, segundo os analistas, rentáveis mesmo com o preço de US$ 40 por barril.
No ano passado, o volume de extração de óleo de xisto nos Estados Unidos quase não sofreu alterações, uma vez que as novas tecnologias locais permitem reduzir o custo de produção.
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: