Nabiullina (esq.), que preside o BC da Rússia, prevê sinais de melhora ao longo de 2016
Mikhail Metzel/TASS“Não vemos na Rússia as premissas de uma crise econômica”, declarou recentemente o presidente do segundo maior banco estatal da Rússia, o VTB, Andrêi Kostin, durante o fórum “Russia Calling”, realizado em Moscou. E continuou: “Não tem nenhum fator atualmente que nos faça sentir que estamos em crise”.
Os representantes do empresariado, porém, se opõem firmemente a essa opinião, alegando que houve queda do investimento. Além disso, a crise se refere a uma avaliação subjetiva do estado da economia sentida pela população, e não a um conjunto de números concretos, segundo Guiórgi Vachenko, chefe de gestão de operações no IR Freedom Finance.
“O declínio da produção industrial por três ou mais trimestres consecutivos e a inflação acima de 12% indicam uma recessão na economia”, disse Vachenko à Gazeta Russa.
Posição semelhante é compartilhada pelo diretor do grupo Basic Element, Oleg Deripaska, que é também uma das pessoas mais ricas do país. “A crise se reflete no fato de as empresas russas terem perdido acesso aos mercados de capitais”, justifica.
Em meio à política monetária austera conduzida pelo Banco Central da Rússia, a presidente do órgão, Elvira Nabiullina, acredita, porém, que será possível alcançar um crescimento econômico até o final de 2016. “Mas a economia entrará em um crescimento mais sustentável só em 2017”, alerta a presidente do Banco Central.
Independentemente da perspectiva adotada sobre o cenário atual e os prognósticos, a única certeza que se tem no governo é que o trabalho de elaboração do orçamento do Estado deverá ser reestruturado de acordo com as novas condições.
“Antes de tudo, isso deve ser feito reduzindo a participação dos gastos do governo na economia”, declarou o ministro das Finanças, Anton Siluanov. “Para um crescimento estável, o país necessita estimular justamente o investimento privado”, acrescentou.
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