Dívida atual da Rússia é 12% do PIB, contra 101% da norte-americana
ShutterstockOs analistas do departamento russo do Banco Mundial afirmam, que até 2050, o envelhecimento da população e a redução das receitas do petróleo e do gás poderão levar à estagnação da economia russa e ao crescimento da dívida pública para até 250% do PIB nacional.
“Os baixos preços do petróleo no longo prazo e a falta de reforma estrutural da economia russa, sem aumento da idade de aposentadoria, levarão ao crescimento da dívida pública russa em relação ao PIB”, diz a vice-diretora da FinExpertiza Capital, Emília Sibíriova.
A taxa de pobreza cresceu de 10,8% em 2013 para 15,1% no primeiro semestre de 2015. Seguindo a dinâmica atual, em 2050, a dívida pública deve crescer até 116% do PIB e, se população continuar a envelhecer e os preços do petróleo continuarem a diminuir, essa taxa poderá ultrapassar os 250%, preveem os economistas.
“A dívida interna tende a crescer devido à emissão de títulos locais para cobrir o deficit orçamental durante os baixos preços do petróleo”, diz Sibíriova, acrescentando, porém, que o governo não apoia esse cenário.
Para Konstantin Koríschenko, ex-vice-presidente do Banco Central da Rússia, é muito difícil, entretanto, prever os preços do petróleo e a dinâmica do envelhecimento da população. “Vários economistas afirmam a Rússia vai substituir petróleo com outros combustíveis e, assim, se tornará menos dependente das exportações da commodity”, diz.
“Não podemos esquecer que, em 2014, a Rússia recebeu centenas de milhares de refugiados da Ucrânia, que são economicamente ativos”, acrescenta Koríschenko, que hoje chefia o departamento de engenharia financeira da Academia Presidencial da Economia Nacional e Administração Pública.
Apesar do prognóstico, a transformação da Rússia em um grande devedor é quase impossível, segundo Sibíriova, já que isso demonstraria uma completa falta de reformas estruturais durante décadas. “Além disso, a dívida atual é extremamente baixa – apenas 12% do PIB. A título de comparação, a dívida nacional dos EUA é de quase 101% do PIB”, aponta.
Cara nova da crise
Segundo os especialistas, a economia russa enfrenta hoje os problemas mais graves dos últimos 15 anos. A queda de consumo no país, por exemplo, é a maior desde 1998.
Os economistas explicam, que, durante a crise econômica de 2009, o governo conseguiu compensar a queda drástica do consumo aumentando os gastos orçamentários, mas a crise atual não permite repetir o feito.
Além disso, os dados do Banco Mundial revelam a desvalorização do rublo no final de 2014 não permitiu que a maior parte dos setores transacionáveis, incluindo agricultura, tirassem vantagem dos mercados interno e externo, apesar do programa federal de substituição de importações.
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