Apesar de sanções, petrolíferas querem aumentar papel de refinarias

Desenvolvimento da indústria petroquímica permitirá vender produtos com alto valor agregado Foto: Reuters

Desenvolvimento da indústria petroquímica permitirá vender produtos com alto valor agregado Foto: Reuters

As maiores petrolíferas russas querem aumentar os investimentos em refinarias de petróleo e, assim, diminuir a proporção de exportações do petróleo bruto. Porém, sanções dificultam o desenvolvimento de projetos, já que as refinarias são financiadas por empréstimos ocidentais.

As maiores petrolíferas russas decidiram diminuir a proporção de exportações do petróleo bruto e aumentar os investimentos nas refinarias de petróleo.

Entre as empresas atualmente interessadas no avanço das refinarias está Gazprom Neft, subsidiária da gigante Gazprom, que irá iniciar a produção de reagentes em sua refinaria de Omsk.

“Vamos criar uma nova produção de catalisadores de refinamento de petróleo que vão superar todos os análogos no mundo”, declarou o porta-voz da empresa.

Outra grande petrolífera russa, a Tatneft, também planeja concluir a construção de uma nova refinaria até 2018 e, assim, aumentar o volume de processamento de petróleo de 8,5 para 14 milhões de toneladas.

O analista da empresa de investimentos Finam Management, Dmítri Baranov, acredita que o desenvolvimento da indústria petroquímica permitirá vender produtos com alto valor agregado, melhorando o desempenho econômico das petrolíferas.

No entanto, com as sanções impostas pelo Ocidente no ano passado, os investidores estrangeiros pararam de fornecer empréstimos a empresas russas.

Após a desvalorização do rublo, no segundo semestre de 2014, as petrolíferas nacionais então que tiveram que reduzir o volume de refino de petróleo no país e aumentaram as exportações do petróleo bruto.

“A única exceção é a Rosneft, a maior da Rússia, que conseguiu manter o volume de refino no mesmo nível”, diz o analista sênior do Alfa-Bank, Aleksandr Kornilov.

Estratégia até 2030

A atividade na indústria continua a encolher não só devido à influência de sanções, mas também à redução da demanda efetiva doméstica, sugere um estudo do Forex Club.

Segundo Baranov, o principal fator que determina o desenvolvimento da indústria petroquímica no país é o nível baixo de consumo de produtos petroquímicos na Rússia em comparação com outros países.

“Por exemplo, o consumo per capita de etileno na Rússia é cerca de três vezes menor do que na Europa ocidental. Além disso, a produção de benzeno por pessoa na Europa é de cerca de 20 kg, enquanto na Rússia é menos de 7 kg”, diz o analista da Finam Management.

De acordo com o Serviço Federal de Estatísticas da Rússia (Rosstat), em 2014, o país produziu 5,9% de derivados de petróleo a mais do que no ano anterior.

Neste ano, a produção de produtos químicos e petroquímicos na Rússia em 2015 deve crescer 1,5 vez em comparação com 2005. E, até 2030, a proporção de hidrocarbonetos processados deverá aumentar de 35% para 55%.

“Esses números são pontos de referência para empresas petrolíferas e petroquímicas russas, eles definem o ritmo de desenvolvimento e determinam os planos de produção”, conclui Baranov.

 

Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies