Foto: Reuters
De acordo com o jornal britânico “Financial Times”, a petrolífera britânica BP está pronta para comprar 20% da jazida de petróleo siberiana Taas-Yuriakh, que pertence à Rosneft. O acordo de US$ 700 milhões poderá ser anunciado durante o Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
Em junho, em entrevista à CNBC, o diretor-geral da BP, Robert Dudley, declarou que a empresa “quer desenvolver as oportunidades de investimento adicionais com a Rússia”.
Serguêi Píkin, chefe da Fundação de Desenvolvimento da Energia, acredita que a BP obteve a permissão do governo britânico para assinar o acordo com a petrolífera russa. Segundo ele, as ações da BP não contradizem às restrições. "O acordo não prevê a compra das ações da Rosneft, mas a compra de uma parte da jazida. Do ponto de vista legal, esse acordo não contradiz às sanções econômicas contra a Rússia”, diz Píkin.
Apesar das sanções introduzidas pela União Europeia, as empresas europeias não querem congelar a cooperação com a Rússia. “Continuamos a trabalhar com a empresa italiana Eni, com a Statoil da Noruega e com a francesa Total. Essas empresas pedem permissões dos seus governos para realizar determinados projetos com a Rússia, e frequentemente as recebem", diz Aleksandr Pásetchnik, analista-chefe da Fundação Nacional de Segurança Energética.
A Eni e a Statoil já receberam a permissão para trabalhar com a Rosneft, enquanto a Shell, que atualmente colabora com a Gazprom, foi autorizada pelo governo holandês a realizar projetos com outras empresas russas. “As petrolíferas europeias são responsáveis pela uma parte dos orçamentos significativa, por isso os governos nacionais têm uma atitude reverente em relação a elas”, diz Píkin.
"Do ponto de vista geopolítico, o mercado russo não é tão arriscado como o do Irã, do Iraque ou dos países da América Latina. Além disso, a Rússia tem uma rica base de recursos", explica Pásetchnik.
Em busca de investimentos
Especialistas explicam que a principal dificuldade criado pelas sanções contra a Rússia é a falta de financiamento ocidental. Mesmo as empresas que não foram incluídas na lista de sanções têm dificuldades com obtenção de empréstimos no exterior.
"Para não fazer empréstimos com juros elevados, as empresas preferem vender os ativos. É uma maneira mais barata para atrair capital adicional. No entanto, isso não é muito vantajoso para o Estado, porque as petrolíferas vendem ativos economicamente muito atraentes”, explica Píkin.
"Graças ao acordo com a BP, a Rosneft vai receber não apenas investimentos, mas também uma sólida base tecnológica, o que ajudará a intensificar a extração de petróleo”, diz Pásetchnik.
Em 2014, segundo os dados do Ministério da Energia, a produção de petróleo da Rosneft caiu 0,9% até 190,9 milhões de toneladas. Em 2015, os especialistas da Gazprombank também preveem um declínio de 0,5%, devido ao esgotamento dos depósitos.
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