Economia de Donbass sofre com escassez de recursos

Quase metade das 2,5 milhões da pessoas que vivem no território de Donbass são pensionistas Foto: RIA Nóvosti

Quase metade das 2,5 milhões da pessoas que vivem no território de Donbass são pensionistas Foto: RIA Nóvosti

População reduzida, bloqueios bancários e aposentadorias atrasadas são traços da realidade na autoproclamada república.

Desde o início das hostilidades no Leste da Ucrânia, a população das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk diminuíram em 2,5 vezes, os bancos pararam de funcionar e os cidadãos não recebem pensões e salários. Em troca de ajuda humanitária, as maiores empresas ucranianas continuam a trabalhar no território das repúblicas.

Segundo o jornal, quase metade das 2,5 milhões da pessoas que vivem atualmente no território de Donbass são pensionistas. Os governos locais teriam que desembolsar pelo menos US$ 947 milhões por ano apenas para pagar as aposentadorias, mas não há recursos disponíveis.

Limites do dia a dia

A aposentada Irina Pavlova, que trabalha em um museu de Donetsk, não recebe pensão da Ucrânia nem da autoproclamada República Popular de Donetsk desde setembro de 2014.

Em outubro passado, ela teria recebido a última pensão da Ucrânia, mas não conseguiu sacar o dinheiro com o cartão do banco, porque a maioria dos caixas eletrônicos já não funcionavam mais devido ao bloqueio econômico dos territórios controlados pelos separatistas.

A pensionista almoça todos os dias em um cantina popular aberta pelo proprietário de um hotel em Donetsk. À noite prepara sua própria refeição com os produtos que recebe semanalmente do fundo humanitário “Pomojem”, pertencente ao magnata ucraniano Rinat Akhmetov.

Vila de Akhmetov

Na autoproclamada República Popular de Donetsk, os funcionários públicos receberam os salários apenas uma vez, na véspera das eleições dos deputados do Conselho do Povo da República.

Desde outubro de 2014, todos os caixas eletrônicos e terminais bancários pararam de funcionar em ambas as repúblicas autoproclamadas. Mas alguns moradores locais, como os funcionários das empresas do grupo System Capital Management (SCM), de Akhmetov, não foram afetados pelo bloqueio.

Nas regiões de Donetsk e de Lugansk, cerca de 70 mil pessoas trabalham em empresas do grupo SCM. Apesar das dificuldades de transporte, a SCM consegue fornecer matérias-primas às suas fábricas e exportar produtos à Ucrânia. 

 

Publicado originalmente pelo RBC Daily

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