Governo russo vem promovendo medidas para estimular o turismo interno Foto: Ullstein Bild/Vostock Photo
De acordo com os dados do Serviço Federal de Estatística (Rosstat), o número de russos que viajaram para o exterior diminui 40% (1,3 milhão de pessoas) no primeiro trimestre de 2015. Espanha, Itália, Grécia e Egito, que são tradicionalmente os principais destinos dos russos, perderam 41%, 31%, 29% e 25% dos turistas russos, respectivamente. Os dados foram confirmados pela Comissão Europeia de Turismo.
O declínio do fluxo turístico reflete, sobretudo, a situação atual no mercado financeiro do país. Ainda segundo os dados do Rosstat, em abril, os salários reais dos russos encolheram 13,2%, enquanto os salários nominais cresceram apenas 1%. O aumento dos preços de bens e serviços reduziu a porção da renda gasta em consumo até o menor nível desde o início de 2014, atingindo 66,8%. Paralelamente, a parcela da renda poupada cresceu até 17,4%.
Salário nominal é o medido em quantidade de moeda, no padrão monetário vigente, enquanto o salario real representa poder de compra (de bens e serviços) do salário nominal em um determinado período.
O analista da holding de investimentos Finam, Timur Nigmatúllin, sugere que nem mesmo a constante recuperação do rublo em relação ao dólar americano e ao euro tem sido capaz de estimular viagens para o exterior.
“Desde dezembro passado, o dólar perdeu cerca de 38% do seu valor em relação ao rublo, enquanto o euro caiu quase 43%. Mas a moeda russa continua muito enfraquecida em comparação aos níveis do ano passado”, afirma o economista.
Europa para sempre
De acordo com a Agência Federal de Turismo (Rosturism), os russos gastam anualmente cerca de US$ 50 bilhões no exterior. “Precisamos fazer de tudo para limitar esse fluxo de dinheiro que está saindo da Rússia. Esses recursos podem ajudar a desenvolver a economia interna”, disse o diretor da Rosturism, Oleg Safronov, em reunião com o presidente russo Vladímir Pútin.
Os dados da Agência Federal de Turismo revelam que, em 2014, mais de 41 milhões dos russos viajaram ao exterior, o que representa um acréscimo de 30% em relação ao ano anterior. Mas os efeitos da lenta recuperação do rublo e do estímulo do governo a viagens domésticas já podem ser observados nas estatísticas.
“Hoje, o governo está se esforçando para promover o turismo na região de Krasnodar, em Sôtchi e na península da Crimeia”, diz a professora Galina Dekhtiar, da Academia Presidencial da Economia Nacional e da Administração Pública da Rússia. Em maio, o Egito e a Turquia foram os países mais visitados pelos russos, “mas o fluxo turístico diminuiu drasticamente”.
Apesar da tendência atual, os especialistas acreditam, contudo, ser pouco provável que o interesse pela Europa diminua. “Hoje, o desejo de viajar aos países europeus enfraqueceu devido à situação política, à atitude negativa em relação aos turistas russos e à desvalorização do rublo. Mas os monumentos históricos e culturais sempre vão atrair os russos”, diz Dekhtiar.
Nigmatúllin, da Finam, também prevê um aumento dos turistas russos na Europa em futuro próximo. “Com a política do Banco Central Europeu, o rublo enfraqueceu menos em relação ao euro do que em relação a outras moedas. Por isso, o fluxo turístico para a Europa deve cair apenas de 10 a 20% este ano”, garante.
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