UE quer padronizar contratos da Gazprom com países do bloco

Apesar de guerra de informação, Gazprom e Comissão Europeia terão que chegar a um acordo Foto: Maksim Blinov/RIA Nóvosti

Apesar de guerra de informação, Gazprom e Comissão Europeia terão que chegar a um acordo Foto: Maksim Blinov/RIA Nóvosti

Europeus também planejam receber combustível de fontes alternativas, como Iraque, Irã, Azerbaijão e Líbia. Porém, infraestrutura necessária para interligar esses lugares pode prolongar dependência europeia do gás russo.

O vice-presidente da Comissão Europeia encarregado de questões de energia, Maros Sefcovi, declarou que a União Europeia pretende estabelecer um padrão de preço para os fornecimentos de gás russo a países do bloco europeu. “Se encontrarmos uma violação da legislação europeia, teremos o direito de pedir que a empresa ou o país altere as condições do contrato”, declarou.

Segundo Sefcovi, existem diferenças entre os preços do gás russo em vários países europeus, que são obrigados a assinar contratos com diferentes condições. Paralelamente, até 2020, a Europa deve começar a receber gás de fontes alternativas como Azerbaijão, Iraque e Irã.

“Também notamos um interesse crescente do Turquemenistão, que quer desenvolver as relações com a UE nessa área. Consideramos ainda os possíveis recursos do Mediterrâneo oriental, as novas jazida em Argel e o mercado de gás natural liquefeito”, declarou o vice-presidente da Comissão Europeia. “O nosso objetivo é criar uma infraestrutura de gasodutos que permitiria ligar cada país europeu a pelos menos três fontes diferentes de energia.”

Apesar do tom de ameaça, o analista principal da Finam Management, Dmítri Baranov, acredita que se trata apenas de declarações de intenções. “Não é preciso considerar essas declarações como um fato consumado”, diz Baranov, “já que seria preciso construir a maior parte da infraestrutura citada por Sefcovi”.

Para o analista, a declaração é um sinal de que UE quer reduzir a dependência dos russos, embora não pense em recusar completamente esses fornecimentos. “A UE está negociando com vários potenciais fornecedores de petróleo: países no Oriente Médio, no Norte da África, no Golfo e na América do Norte. Mas é cedo para falar sobre a assinatura de contratos concretos.”

A substituição total do gás russo durante os próximos anos também é apontada como “uma tarefa extremamente difícil” pelo analista principal da empresa de investimentos, Iliá Balákirev. “A Gazprom e a Comissão Europeia começaram uma complexa guerra de informação. Mas, de qualquer modo, terão que chegar a um acordo”, diz Balákirev.

 

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