Segundo os especialistas, compra de dólares dá a entender para o mercado que não há interesse em fortalecer o rublo Foto: DPA/Vostock-Photo
Nos dias 13 e 14 de maio, o Banco Central da Rússia comprou montantes relativamente pequenos, de até US$ 200 milhões por dia, para repor as reservas cambiais.
“A troca de moeda diária equivale a cerca de US $ 5 bilhões, por isso, compras de US$ 100-200 milhões não devem ter um impacto significativo sobre a dinâmica do mercado de câmbio”, diz o chefe do departamento de análise da empresa de investimentos Russ-Invest, Dmítri Bedenkov.
Porém, segundo os especialistas entrevistados pela Gazeta Russa, a compra de dólares dá a entender para o mercado que não há interesse em fortalecer o rublo. “O fortalecimento do rublo tem uma série de consequências desagradáveis para a economia. As empresas orientadas para a exportação precisam do rublo barato, diz a professora de ciências econômicas e sociais da Academia Presidencial da Economia Nacional e da Administração Pública da Rússia, Alla Dvorêtskaia.
Em outras palavras, o fortalecimento do rublo ameaça os interesses dos exportadores, especialmente de matérias-primas, e, consequentemente, orçamento da Rússia baseado na receitas das vendas do petróleo e do gás. “A estabilização da política externa, a dinâmica instável dos preços do petróleo e as intervenções apoiam o rublo e estimulam as importações, o que inibe o crescimento econômico e a substituição de importações”, explica Dvorétskaia.
Política centralizada
A nova prática do Banco Central contradiz a proposta anterior de transição para uma taxa de câmbio livre do rublo. “A retomada oficial das compras regulares de moeda estrangeira no mercado interno contradiz à implementação pelo Banco da Rússia de transição à flutuação livre do rublo”, diz Dvorétskaia.
No início de 2014, o Banco Central congelou as intervenções cambiais direcionadas, e no final do ano, a instituição tentou sair por completo do mercado, o que levou a uma queda drástica da moeda russa. “Assim, o Banco Central da Rússia reservou o direito de realizar intervenções irregulares e repentinas apenas em caso de ameaças à estabilidade financeira.”
Segundo Dvorétskaia, quando o Banco Central tentou lidar com o colapso do rublo no segundo semestre de 2014, a instituição gastou bilhões na compra de dólares por dia sem qualquer efeito prático. “Hoje, essas compras são apenas um importante sinal que vai acalmar os especuladores de moeda”, arremata.
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