Presidentes da Rússia, Vladímir Pútin (à esq.), e da China, Xi Jinping, assinaram recentemente diversos acordos bilaterais no Kremlin, em Moscou Foto: Konstantin Zavrájin/RG
A maior associação integrada no território da ex-União Soviética, a União Econômica da Eurásia, que reúne Rússia, Cazaquistão, Bielorrússia, Armênia e Quirguistão, começou a desenvolver o acordo de cooperação comercial e econômica com a China.
“Trata-se de uma união de pleno direito, que prevê investimento conjunto no desenvolvimento de infraestrutura no âmbito do projeto chinês ‘Roda da Seda’”, disse à Gazeta Russa o ministro do Comércio da Comissão Econômica da Eurásia, Andrei Slepniov, acrescentando que os primeiros detalhes do acordo serão fechados até o final de 2015.
Segundo Slepniov, o acordo com a China será diferente do acordo comercial com a OMC, porque não prevê redução dos direitos de importação e será focado em projetos de investimento nos setores de indústria, transporte, serviços e infraestrutura.
No entanto, para o diretor do departamento de análise da empresa de investimentos Russ-Invest, Dmítri Bedenkov, o projeto em questão não é exatamente econômico, mas político. “O líder chinês Xi Jinping é um dos criadores da ‘Rota da Seda’ e sempre destaca a importância estratégica do projeto”, explica Bedenkov.
“As regiões incluídas no projeto têm um potencial de investimento na infraestrutura de transporte de cerca de US$ 7 trilhões. Assim, o governo chinês está realizando um programa de empréstimos para os países que participarão do projeto”, acrescenta.
Esse investimentos serão realizados diretamente e por meio de várias instituições, como o Banco Asiático de Investimentos na Infraestrutura, fundado pela Rússia e pelo Cazaquistão. “O desenvolvimento eficaz da União Econômica da Eurásia pressupõe a cooperação com o projeto ‘Rota da Seda’, que desde o início foi considerado como um exemplo de expansão chinesa na Ásia Central em detrimento dos interesses dos países da região.”
Antes UE, agora China
A Rússia assinou um acordo comercial semelhante com a União Europeia em 1997. Na época, o “Acordo de Parceria e Cooperação” teve um grande impacto sobre o desenvolvimento das relações com os países do bloco europeu.
Porém, segundo analista-chefe da empresa de investimentos UFS IC, Iliá Balákirev, o projeto com a China traz uma proposta diferente. “O ‘Rota da Seda’ prevê só desenvolvimento conjunto de infraestrutura e cooperação econômica. Ainda é muito cedo para falar sobre a interpenetração real do projeto”, diz.
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