Autoridades lançam pacote para conter aumento dos preços de alimentos

Preços dos produtos alimentícios no país aumentaram 16,7% no ano passado Foto: Konstantin Chabalov/RIA Nóvosti

Preços dos produtos alimentícios no país aumentaram 16,7% no ano passado Foto: Konstantin Chabalov/RIA Nóvosti

Para combater a inflação, governo planeja introduzir cartões de racionamento para os pobres e congelar os preços de alimentos nas maiores redes de supermercados.

O governo russo decidiu tomar medidas de urgência para conter o aumento dos preços de alimentos. Além do estímulo ao investimento em comércio móvel e “lojas sobre rodas”, os grupos menos favorecidos começarão a receber cartões de racionamento.

“Para desenvolver o mercado de alimentos interno não é suficiente tomar medidas administrativas, é preciso criar um sistema que garanta a estabilidade na distribuição de produtos de qualidade e a baixo custo”, disse o primeiro-ministro russo Dmítri Medvedev, durante uma reunião com os diretores das principais redes de varejo.

O analista da holding de investimentos Finam, Timur Nigmatúllin, vê com bons olhos os métodos adotados pelo governo para a regulação de preços. “A distribuição temporária de cartões de racionamento entre os pobres pode ser uma boa opção”, diz Nigmatúllin.

Porém, segundo Medvedev, é impossível retornar à regulação total dos preços. “Existem instrumentos modernos que permitem alterar as regras do mercado alimentício. É preciso desenvolver a concorrência, criar novas plataformas comerciais.” 

Sanções contra o bolso

De acordo com a Rosstat (agência oficial de estatísticas da Rússia), os preços dos produtos alimentícios no país aumentaram 16,7% no ano passado e outros 6% durante os dois primeiros meses de 2015.

Os especialistas garantem que a razão principal para tal aumento é a proibição de importações dos países que impuseram sanções contra a Rússia. Segundo os dados do Serviço de Alfândega Federal, em 2014, a importação de produtos de origem animal caiu 42%; de leite, 33%; e de carnes, 32%.

A Procuradoria-Geral da Rússia investigou as causas do aumento dos preços dos produtos em maiores redes de varejo. Apenas em Moscou o órgão iniciou 418 processos administrativos. Como resultado, as redes congelaram os preços de 20 produtos de importância social por dois meses.

De olho no consumidor

O pesquisador-chefe da Academia Presidencial da Economia Nacional e da Administração Pública da Rússia, Vadim Nóvikov, acredita que só existe uma maneira de ajudar as pessoas. “É preciso cancelar as taxas alfandegárias sobre os produtos socialmente importantes. Os preços vão cair durante um mês e continuarão a diminuir se o governo conseguir evitar a tentação de regular os preços”, diz Nóvikov.

Já o analista da empresa de investimentos  UFS IC, Aleksêi Kozlov, é categórico ao afirmar que é possível conter o crescimento dos preços. Segundo ele, a Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo) está preparando alterações ao código do comércio da Rússia que permitirão multar as redes de varejo pela criação de condições discriminatórias para os fornecedores.

 

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