‘Recomendação dos EUA de evitar fóruns russos se tornou boa publicidade’

Serguêi Beliakov, organizador do Fórum Econômico de Krasnoiarsk Foto: Rossiyskaia Gazeta

Serguêi Beliakov, organizador do Fórum Econômico de Krasnoiarsk Foto: Rossiyskaia Gazeta

Organizador do Fórum Econômico de Krasnoiarsk e ex-vice-ministro do Desenvolvimento Econômico, Serguêi Beliakov falou à Gazeta Russa sobre como atrair investidores estrangeiros em meio a crise e sanções financeiras.

O Fórum Econômico de Krasnoiarsk, realizado no início de março, é um evento interno ou também tem o objetivo de atrair investidores estrangeiros?

A atração de investidores não é o único, mas um dos principais objetivos do fórum. Estamos tentando olhar para a economia russa sob a perspectiva de especialistas estrangeiros. A comunicação com eles nos permite ampliar a visão, enquanto o governo federal e as autoridades regionais ganham conhecimento sobre o mercado financeiro internacional.

A economia nacional continua recebendo capital do exterior, mas o volume dos investimentos estrangeiros não é suficiente. Hoje, a economia mundial não está vivendo o seu pico, mas a Rússia continua a ser um mercado interessante para investidores.

No ano passado, poucos representantes europeus e americanos visitaram os dois maiores fóruns econômicos russos: o Fórum Econômico de São Petersburgo e o Fórum de Sôtchi. Além disso, o próprio governo dos EUA recomendou aos diretores das maiores empresas americanas que ignorassem esses eventos na Rússia. Como é possível atrair investimentos nessas condições?

É verdade, as maiores corporações internacionais não foram representadas no Fórum de São Petersburgo. No entanto, o número de participantes foi maior do que no ano anterior, e todas as empresas que operam no mercado russo foram representadas no evento. Além disso, conseguimos reunir participantes muito interessantes.

De um modo geral, os vice-presidentes são melhores palestrantes do que os diretores-gerais, porque têm mais conhecimento sobre o setor financeiro e o desenvolvimento de negócios na Rússia. Além disso, a recomendação de não participar do fórum se tornou uma boa publicidade.

Mas se os fóruns continuam a atrair os investidores da Europa e dos EUA, por que, em 2015, o Fórum Krasnoiarsk foi quase inteiramente dedicado ao trabalho com os parceiros da Ásia?

Não é isso. O Fórum de Krasnoiarsk durou três dias, e cada dia tinha seu próprio tema. O primeiro foi dedicado à juventude, o segundo, à colaboração com a Ásia. Cooperação com os países asiáticos é uma prioridade para o desenvolvimento da economia russa e da região de Krasnoiarsk. O terceiro dia foi dedicado à agenda do governo russo, à discussão de medidas anticrise. Assim, é incorreto dizer que o fórum foi dedicado apenas à discussão dos temas asiáticos. 

Qual é a diferença entre esses três principais fóruns econômicos russos?

Eles têm diferentes focos. O Fórum de São Petersburgo é considerado um evento global e, por isso, conhecido como “Davos russo”, porque é dedicado aos desafios da economia mundial. Durante os últimos cinco anos, esse fórum se tornou um evento internacional. 

Já o Fórum de Sôtchi é dedicado ao desenvolvimento do clima de investimento, enquanto os participantes do Fórum de Krasnoiarsk discutem sobretudo assuntos internos, avaliam o trabalho do governo e formulam recomendações para o gabinete de ministros.

Há planos de realizar outros eventos desse tipo no Extremo Oriente? 

Sim, planejamos realizar um Fórum em Vladivostok, mas não será possível organizá-lo este ano.

 

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