O gás fornecido à região de Donbass já se tornou motivo para o novo conflito Foto: Aleksêi Filipov/TASS
A Gazprom, segunda maior petrolífera russa, deu início ao fornecimento direto de gás russo para as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e de Lugansk.
A “ajuda humanitária em
base comercial”, como foi chamada pelas autoridades russas, foi definida após a
suspensão do envio de gás para a região pela petrolífera ucraniana Naftogaz por
causa de um gasoduto danificado.
No entanto, logo após o início do fornecimento de gás russo, a parte ucraniana
declarou que o gasoduto já havia sido reparado.
Segundo os especialistas entrevistados pela Gazeta
Russa, essa situação poderá levar a um novo do conflito de gás entre os
países.
“O gás fornecido à região de Donbass já se tornou motivo para o novo conflito. É incorreto chamar esses fornecimentos de ‘ajuda humanitária’. A Gazprom realiza esses fornecimentos em base comercial, eles fazem parte do contrato, o que significa que eles não têm nada a ver com ajuda humanitária”, afirma Serguêi Píkin, diretor do Fundo de Desenvolvimento Energético da Rússia.
Por outro lado, a suspensão do fornecimento de gás pela Naftogaz é, segundo Dmítri Abzalov, presidente do Centro de Comunicações Estratégicas (CCE), uma violação grave. “Pelo acordo Minsk-2, a Ucrânia tem a obrigação de contribuir para a integração socioeconômica da região”, diz.
Clique para ampliar o infográfico
“As reclamações de Kiev não são razoáveis, porque a Gazprom não viola o Acordo de Minsk. A petrolífera simplesmente adicionou duas estações de recepção de gás: Prokhorovka e Plátovo (vide infográfico)”, acrescenta Abzalov. “Se a suspensão dos fornecimentos foi causada por um acidente, isso fortalece a posição da Gazprom, que se torna um pacificador.”
Nesse meio tempo, a Ucrânia já recuperou os fornecimentos de combustível azul às autoproclamadas repúblicas populares de Вontsk e Lugansk. “Aparentemente, as autoridades ucranianas vão fazer tudo para não suspender os fornecimentos no futuro”, sugere o presidente do CCE.
Ambos os especialistas não acreditam que, diante da situação, os Estados Unidos introduzam sanções contra a Gazprom.
Enquanto Píkin diz ser “pouco provável se transforme em uma razão para a introdução da Gazprom na ‘lista negra’ dos EUA”, Abzalov afirma que a imposição de novas sanções contra a Gazprom pelos EUA não é relevante, porque a petrolífera russa trabalha no mercado americano. “Os EUA podem pressionar a Europa, mas a União Europeia também não vão impor sanções contra a Gazprom”, arremata.
Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook
Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.
Assine
a nossa newsletter!
Receba em seu e-mail as principais notícias da Rússia na newsletter: