Taxa registrada no mês passado é a maior desde fevereiro de 1999 Foto: Getty Images/Fotobank
De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico da Rússia, a inflação em termos anuais subiu para 15% em janeiro passado. Apenas durante o primeiro mês do ano, os preços subiram 3,9%, a maior taxa desde o pico da crise econômica em fevereiro de 1999.
“Normalmente, a inflação galopante significa o crescimento dos preços de 10% a 100% por cento em termos anuais. A economia da Rússia é afetada por esse tipo da inflação desde o ano passado”, explica o analista da holding de investimento Finam, Timur Nigmatúllin.
O ministério credita o alto nível de inflação à diminuição dos preços do petróleo e consequente desvalorização do rublo em relação ao dólar e ao euro. Pela previsão da pasta, a inflação na Rússia atingirá 17% no final do segundo trimestre de 2015.
Em janeiro passado, o maior crescimento dos preços foi registrado no setor dos produtos alimentícios (5,3%); a inflação nos outros setores foi, em média, de 3,2%.
“Durante os últimos anos, não observamos um nível de pressão inflacionária tão alto. É óbvio que essa alta dos preços de consumo foi provocada pela queda acentuada dos preços do petróleo e pelo enfraquecimento do rublo”, avalia o analista principal da empresa de investimentos UFS IC, Aleksêi Kozlov.
Segundo ele, a moeda russa vai se estabilizar em um futuro, além de ser provável que os preços do petróleo comecem a crescer. “Em janeiro, os preços tradicionalmente aumentam, e a desvalorização do rublo apenas intensificou esse processo”, diz.
Previsões cautelosas
De acordo com as previsões da UFS IC, a inflação de preços ao consumidor deve variar entre 10% e 12% em 2014.
A diretora do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiúllina, já adiantou em entrevista à Bloomberg que a inflação continuará a acelerar durante algum tempo e atingirá o pico no segundo trimestre de 2015, mas, em seguida, será normalizada.
“A aceleração da inflação foi causada por vários fatores que já existem, no entanto, não há novas razões para o futuro crescimento dos preços”, explicou Nabiúllina.
Mas os economistas são céticos sobre as consequências da desvalorização do rublo e do embargo sobre produtos alimentícios europeus, e há quem acredite que esses fatores continuarão a afetar a economia até o final do segundo trimestre de 2015.
Para o chefe do departamento de análise do grupo Profit, Gleb Zadoia, novas sanções financeiras contra a Rússia também podem levar a uma nova alta dos preços.
Os russos também já caracterizam a inflação como um dos maiores problemas da atualidade.
De acordo com uma pesquisa da Fundação de Opinião Pública, 23% dos moradores do país estão preocupados com a situação econômica; 22%, com a inflação e com o aumento dos preços; 10%, com pequenos salários e desemprego; e 8%, com a dependência da economia russa de matérias-primas e exportação de petróleo.
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