Resultados financeiros da Gazprom foram também prejudicados por desvalorização do rublo Foto: Ígor Agueenko/RIA Nóvosti
Durante os primeiros nove meses de 2014, o lucro líquido da petroleira Gazprom caiu US$ 15,75 bilhões, chegando a US$ 10,86 bilhões.
Ao longo desse período, a empresa diminuiu o volume de vendas para todos os compradores, incluindo países da União Europeia, ex-repúblicas da URSS e consumidores internos. Só o volume de gás fornecido ao europeus foi reduzido de 126,8 bilhões para 122,5 bilhões de metros cúbicos.
Já no terceiro trimestre do ano passado, a dívida da Gazprom aumentou 14% em empréstimos de curto prazo.
A instabilidade geopolítica e as sanções ocidentais fizeram com a empresa perdesse quase todas as possibilidades de empréstimos de longo prazo necessários para construção dos gasodutos “Síla Sibíri”, que deverá conectar a Rússia à China, e “Turkish Stream”, que fornecerá gás para Turquia.
“Há várias razões para a queda dos indicadores financeiros da Gazprom: tendências macroeconômicas, diminuição da demanda interna, congelamento de tarifas domésticas, redução de fornecimentos para a Europa e Ucrânia”, explica o analista principal da empresa de investimentos UFS IC, Iliá Balákirev.
Efeito rublo
Devido à desvalorização do rublo, que já perdeu cerca de 50% do seu valor em relação ao dólar e ao euro, os prejuízos reais são ainda mais graves. O analista principal da Finam Management, Dmítri Baranov, não se diz surpreso com a queda dos indicadores “dado à situação econômica na Rússia”.
“Os resultados financeiros da Gazprom em 2014 vão demonstrar perdas devido à desvalorização do rublo. A empresa continua a perder seu lugar no mercado europeu devido à falta de flexibilidade da política de preços. Os preços dos contratos de longo prazo, que estão ligados aos preços do petróleo, poderão cair”, afirma Balákirev.
Política nos negócios
A saúde financeira da Gazprom também foi afetada pelo conflito na Ucrânia. O Tribunal de Arbitragem de Estocolmo começará a estudar a disputa entre a Gazprom e a ucraniana Naftogaz apenas em 2016. Isso significa que as empresas terão que chegar a um acordo sobre os preços do gás por, pelo menos, mais um ano.
A Gazprom exige o pagamento da dívida de US$ 2,44 bilhões. Porém, a Naftogaz vem pressionando pela redução nos preços do gás desde 20 de maio de 2011 e pelo reembolso do montante pago em excesso.
Para Balákirev, o conflito entre as empresas é simplesmente político, “mas o inverno passado mostrou que a Ucrânia não tem alternativa real para o gás russo”.
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