Plano anticrise prevê injeção de US$ 21 bilhões na economia

Vice-premiê russo, Ígor Chuvalov declarou que as autoridades vão injetar um adicional de US$ 21 bilhões para socorrer os setores de agricultura, bancos e da construção Foto: ShutterStock/Legion Media

Vice-premiê russo, Ígor Chuvalov declarou que as autoridades vão injetar um adicional de US$ 21 bilhões para socorrer os setores de agricultura, bancos e da construção Foto: ShutterStock/Legion Media

Autoridades já haviam previsto uma ajuda de US$ 15 bilhões para salvar os bancos nacionais. Medida foi criticada por economistas, que veem a redução da dependência de preços de matérias-primas e a autossuficiência financeira como únicos meios para atingir estabilidade econômica.

No início da semana, o vice-premiê russo Ígor Chuvalov declarou que, além dos US$ 15 bilhões prometidos pelo governo para ajudar os bancos, as autoridades vão injetar um adicional de US$ 21 bilhões para socorrer os setores de agricultura, bancos e da construção, e blindar a economia nacional frente à crise financeira.

Segundo ele, US$ 4,55 bilhões serão destinados ao saneamento de empresas estratégicas, US$ 3,8 serão revertidos à recapitalização dos bancos, US$ 2,9, às pensões, e US$ 2,4 bilhões, encaminhados ao setor da construção. “Para levantar esse dinheiro, vamos aumentar o déficit do orçamento e o repasse das regiões”, disse Chuvalov.

O chefe do Centro de Estudos de Reformas Regionais da Academia Russa Presidencial da Economia Nacional e da Administração Pública, Aleksandr Deriúguin, desqualificou as medidas propostas, considerando-as “atrasadas”. Segundo ele, as medidas atuais estão baseadas no conceito e lógica do plano anticrise de 2009: o resgate da economia com injeção de capital.

“É um método testado, mas não resolve o problema principal, não explica como evitar o colapso da economia nacional causado pela queda de preços do petróleo. Os países mais desenvolvidos acharam essa resposta há muito tempo: é necessário dar apoio a empresas novas e mais eficientes. Para isso, é necessário investir no desenvolvimento do capital humano, sobretudo por meio de educação e saúde”, afirma Deriúguin.

“Além disso, o governo não parou de repetir que a Rússia é uma ilha de estabilidade, que as sanções não afetam a economia nacional. No entanto, agora, os parâmetros objetivos da economia já indicam claramente que o país entrou em crise”, dispara. “O atraso com a elaboração do plano anticrise levará a uma crise mais profunda e prolongada.”
Entre os economistas nacionais há um consenso: para salvar a economia do país, é preciso reduzir sua dependência da produção de matérias-primas.

“A salvação da economia está na redução de sua dependência de preços de matérias-primas e na autossuficiência financeira”, diz o analista principal da empresa de investimentos UFS IC, Aleksêi Kozlov.

Segundo ele, a redução da dependência de preços de matérias-primas requer um investimento adicional. "Agora, a fuga de capitais se intensifica, os investidores estão tirando dinheiro da Rússia, o que significa que o Estado deve assumir o papel de um investidor", diz Kozlov.

 

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