Após novas sanções da UE, EUA poderão introduzir mais restrições

Empresas europeias não poderão comprar imóveis na Crimeia, financiar empresas locais e fornecer serviços de intermediação Foto: RIA Nóvosti

Empresas europeias não poderão comprar imóveis na Crimeia, financiar empresas locais e fornecer serviços de intermediação Foto: RIA Nóvosti

A União Europeia impôs novas sanções contra a Rússia que limitam a cooperação com a península da Crimeia. Em particular, as empresas europeias não poderão comprar imóveis na Crimeia, financiar empresas locais e fornecer serviços de intermediação. As possíveis sanções dos EUA poderão ser muito mais graves.

A União Europeia introduziu novas sanções contra a Rússia: as autoridades europeias decidiram limitar a cooperação com a península da Crimeia. De acordo com o comunicado publicado no site do Conselho Europeu em 18 de dezembro, as empresas europeias não poderão comprar imóveis na Crimeia, financiar empresas locais e fornecer serviços de intermediação.

Além disso, os operadores turísticos europeus não poderão vender viagens para a península, e navios do continente não serão autorizados a entrar nos portos da Crimeia.

As empresas da Crimeia também não poderão obter acesso às tecnologias europeias no setor de transporte, telecomunicações, energia, exploração e produção de petróleo e gás.

Em março, o governo local da Crimeia realizou um referendo. Nele, 93% votaram na união com a Rússia. A Crimeia foi reintegrada à Federação Russa, mas os resultados do referendo não foram reconhecidos por EUA, União Europeia e Ucrânia.

Em junho de 2014, a UE impôs o primeiro pacote de sanções. Em particular, foram proibidos todos os tipos de investimento na região e a importação de mais 250 produtos da península.

Novas sanções

"As principais sanções contra a Rússia já afetaram a economia do país. As restrições sobre o acesso aos mercados de capitais internacionais para várias empresas estatais russas têm um impacto negativo sobre a economia do país", diz o professor da Escola Superior de Administração Pública RANHiGS Konstantin Andrianov.

Segundo ele, a desaceleração do desenvolvimento econômico da Rússia e a vertiginosa queda do rublo em relação ao euro e ao dólar americano são resultados das sanções econômicas.

"Além disso, não podemos esquecer da guerra de informação contra a Rússia, que provocou a desestabilização macroeconômica e financeira do país", diz Andrianov.

Mais cedo, em 18 de dezembro, a chanceler alemã, Angela Merkel, declarou à agência de notícias Reuters ser inevitável a aplicação de novas sanções contra a Rússia. De acordo com a líder alemã, a Rússia não respeita a soberania da Ucrânia. No enanto, em meados de novembro, Merkel afirmou que a UE não iria introduzir novas sanções setoriais contra o país.

Posição dos EUA

As autoridades norte-americanas também podem introduzir novas sanções contra a Rússia. No início de dezembro, o Congresso dos Estados Unidos aprovou o Ato de Apoio à Liberdade de Ucrânia, que permite introduzir novas sanções contra o maior exportador de armas russas, a Rosoboronexport, e contra a segunda maior petrolífera russa, a Gazprom. Além disso, o documento prevê a concessão de apoio financeiro ao governo ucraniano de US$ 510 milhões.

O presidente dos Estados Unidos ainda não assinou o documento, mas o porta-voz da Casa Branca, Josh Ernest, declarou à agência Bloomberg que isso pode acontecer no futuro próximo.

Segundo Andrianov, esse ato não afetará significativamente o desenvolvimento econômico da Rússia.

"Os Estados Unidos não estão entre os principais parceiros comerciais da Rússia, enquanto os principais países da União Europeia não planejam reforçar as sanções ou impor novas sanções econômicas contra a Rússia", diz Andrianov.

“A Rosoboronexport já tem um mercado de vendas estável localizado principalmente fora dos países que introduziram as sanções. Por sua vez, a Gazprom está diversificando ativamente a geografia dos fornecimentos de gás e aumenta a cooperação com os países da região Ásia-Pacífico, especialmente com a China”, completou Andrianov.

 

Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies