Com resposta às sanções, importação de carne e peixe cai um terço

Sofreram restrições carne bovina, carne de porco, aves, peixe, produtos lácteos, embutidos, legumes, frutas, nozes, entre outros Foto: Photoshot/Vostock-Photo

Sofreram restrições carne bovina, carne de porco, aves, peixe, produtos lácteos, embutidos, legumes, frutas, nozes, entre outros Foto: Photoshot/Vostock-Photo

A Rússia registrou queda no volume de importação de leite, carne, peixe e outros produtos alimentícios. As compras de países da UE e dos EUA foi barrada como resposta às sanções impostas à Rússia por causa da crise na Ucrânia. Os produtores da América Latina e do Oriente Médio ainda não conseguiram substituir a produção das empresas europeias e americanas.

O mercado russo perdeu quase um terço das importações de leite e carne, assim como a metade dos produtos de peixe após as respostas às sanções do Ocidente aprovadas pelo governo. Os dados são do Serviço Aduaneiro Federal do terceiro trimestre. O serviço coleta as informações sobre a circulação de mercadorias através das fronteiras russas.

De acordo o órgão, os produtores da América Latina e do Oriente Médio ainda não conseguiram substituir a produção das empresas europeias e americanas. Como resultado, o fornecimento de produtos lácteos na Rússia caiu 26%; de carne, 26%; de peixe, 48%; de legumes, 0,2% e de vegetais, 8%.

As causas principais

De acordo com o Serviço Aduaneiro Federal, o maior crescimento de fornecimento de carne para a Rússia foi registrado por Argentina, Nova Zelândia, Nicarágua (146%, 44% e 173%, respectivamente), mas o líder de crescimento foi o Cazaquistão: os fornecimentos desse país aumentaram 475%. Cresceram acentuadamente as importações de peixe da vizinha Bielorrússia –98%– apesar do fato de a ex-república soviética não ter saída para o mar. Além disso, a participação do país para as importações de produtos lácteos aumentou de 54,7% para 72,1%.

Por sua vez, Honduras conseguiu atingir o maior crescimento no fornecimento de legumes: o país aumentou as exportações de abóboras, abobrinha e batata doce 140 vezes. Além disso, os fornecedores estrangeiros, aproximadamente nos dois meses seguintes à introdução do embargo, receberam quase o dobro de autorizações em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo dados do Serviço Aduaneiro Federal. As autorizações foram outorgadas em geral a empresas da América Latina e da Ásia –os produtos desses países deverão substituir as importações eliminadas.

"Na minha opinião, os resultados apresentados parecem bastante previsíveis e em geral moderadamente positivos. Óbvio que é difícil reestruturar a logística em um mês e meio, especialmente quando se trata de volumes tão grandes", diz Maksim Kliáguin, analista da Finam managment.

Segundo ele, a interrupção abrupta das importações de certos produtos levou a desequilíbrios previsíveis no comércio e algum crescimento de preços é explicado pelo declínio na oferta.

"No entanto, há todas as razões para acreditar que esse efeito negativo ainda tem caráter temporário e está relacionado aos custos de reestruturação da logística e em breve será superado”, acrescenta Kliáguin.

O perigo da escassez

No dia 7 de agosto de 2014, o governo russo divulgou a lista de produtos proibidos para importação de países que haviam introduzido sanções contra a Rússia por causa da crise ucraniana: em primeiro lugar estão os Estados Unidos, o Canadá, os membros da UE, a Noruega e a Austrália. Sofreram restrições carne bovina, carne de porco, aves, peixe, produtos lácteos, embutidos, legumes, frutas, nozes, entre outros.

De acordo com Kliáguin, neutralizar a crescente escassez é possível, de modo geral, por conta do futuro aumento das importações de outros países, bem como através do aumento da produção nacional.

"No entanto, uma substituição significativa das importações com produtos nacionais será possível só em um período relativamente longo e requer condições adicionais, em particular grandes investimentos do capital" acrescentou.

De acordo com o analista principal da UFS IC, Aleksêi Kozlov, "em parte, os planos de reorientação para os novos fornecedores de produtos de alimentação tinham inicialmente caráter maximalista. No entanto, não há nenhuma razão para confirmar que o programa de substituição de importações falhou. Depois de algum período, poderemos ver uma melhora significativa nessa situação." 

 

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