Baixos preços do petróleo ameaçam a economia russa

De acordo com a AIE, a demanda pelo produto crescerá de 90 milhões de barris por dia em 2013 até 104 milhões de barris por dia em 2040 Foto: Photoshot/Vostock-Photo

De acordo com a AIE, a demanda pelo produto crescerá de 90 milhões de barris por dia em 2013 até 104 milhões de barris por dia em 2040 Foto: Photoshot/Vostock-Photo

A economia da Rússia poderá encolher em 2015 se os preços do petróleo caírem até US$ 60 por barril, disse o ministro das Finanças russo, Anton Siluanov. Mas de acordo com as previsões da Agência Internacional de Energia, o consumo mundial continuará a crescer, o que, provavelmente, aumentará os preços a longo prazo.

O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, declarou à agência Bloomberg que a economia da Rússia poderá encolher em 2015, caso os preços do petróleo caiam até US$ 60 por barril. Ainda segundo Siluanov, se os preços do produto se mantiverem em US$ 80 por barril, o crescimento do PIB russo não ultrapassará 1%.

"Se preços caírem até US$ 60, precisaremos definir o orçamento de uma forma mais rigorosa", disse o ministro.

Em 18 de novembro, o Centro de Desenvolvimento HSE, uma das principais universidades russas, apresentou um estudo que mostra que, até se os preços do petróleo forem de US$ 85 por barril, a economia russa poderá entrar em recessão no primeiro trimestre de 2015.

"A principal ameaça da queda dos preços do petróleo é a diminuição das receitas de exportação. Isso diminuirá as receitas orçamentais. Como resultado, levará à necessidade de reduzir os gastos ou até ao déficit orçamentário”, diz o diretor-geral do Grupo Alor, Serguêi Khestanov.

“Ambas as opções são dolorosas para a população e para as empresas russas", diz.

Orçamento

O orçamento russo é formado com base no preço do petróleo de US$ 96 por barril Brent. Segundo Khestanov, a principal ameaça para a economia mundial é o déficit orçamentário do países que exportam petróleo, que leva à redução da estabilidade social nesses países.

Mais cedo, o presidente russo, Vladímir Pútin, declarou que, a longo prazo, a redução dos preços até US$ 80 dólares por barril é prejudicial para a economia global.

"Em seu discurso, o chefe de Estado disse que se o preços do petróleo permanecerem abaixo de US$ 80, a economia mundial entrará em colapso", diz o analista da empresa de investimentos Finam Anton Soroko.

Segundo ele, com a queda dos preços, muitos exportadores vão parar de investir em reservas remotas, sofrer perdas e reduzir a oferta.

“A economia mundial pode progredir apenas nas condições de desenvolvimento de todos os sujeitos dessa economia. Quando os preços do petróleo caem abaixo de US$ 80 por barril, muitos países que produzem e exportam petróleo correm o risco de entrar em recessão", explica o analista-chefe da UFS IC, Aleksêi Kozlov.

De acordo com previsão da Agência Internacional de Energia (AIE) publicado em 13 de novembro, até 2040, o consumo mundial de energia aumentará 37%. Por isso, segundo a agência, não existem razões fundamentais para a queda dos preços do petróleo.

De acordo com a AIE, a demanda pelo produto crescerá de 90 milhões de barris por dia em 2013 até 104 milhões de barris por dia em 2040. Nesse caso, de acordo com a agência, o preço alcançará US$ 118 por barril em 2025 e ultrapassará US$ 132 por barril em 2040.

 De acordo com Soroka, a longo prazo, o petróleo continuará a ser a fonte de energia mais acessível e conveniente.

"Assim, a demanda continuará a crescer", diz Soroko.

Desde junho de 2014, devido à crescente produção nos Estados Unidos, o preço do petróleo bruto Brent caiu 30%. Em 18 de novembro, um barril desse tipo custou apenas US$ 79.

 

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