Rússia retomará abastecimento quando Ucrânia quitar a primeira parte da dívida Foto: AFP/East News
O acordo tripartite assinado na noite de 30 para 31 de outubro, em Bruxelas, supõe que até o final do ano o preço do gás para Kiev será equivalente a US$ 378 por mil metros cúbicos, e, durante o inverno e no início da primavera de 2015, a US$ 365. De acordo com esse contrato, a Ucrânia, além da obrigação de pagar US$ 3,1 bilhões de US$ 5,3 bilhões do total da dívida, terá que comprar da petroleira russa Gazprom os volumes adicionais para o inverno com pagamento antecipado.
Em entrevista ao canal de televisão Rússia 24, o presidente da Gazprom, Aleksêi Miller, informou que a Ucrânia pagará à Rússia a primeira parte da dívida do gás já no início de novembro. A primeira parcela será equivalente a US$1,45 bilhão; a segunda parcela, no valor de US$1,65 bilhão, será quitada até o final do ano.
O período de pagamento do resto da divida não foi incluído no chamado “pacote de inverno”, e a decisão sobre o valor restante será tomada pela Corte Internacional de Estocolmo. A Rússia estipulou, contudo, que não dará mais crédito para o fornecimento de gás nem assumirá obrigações adicionais de assistência financeira á Ucrânia.
“A Ucrânia deverá resolver todas as questões financeiras com a comunidade internacional, em bases comerciais e com bancos comerciais”, disse Miller. O protocolo bilateral sobre garantias financeiras entre a Ucrânia e a UE ainda não foi assinado.
“A falta de garantia não é um problema para a Gazprom, já que a comissão responsável assumiu claramente a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações de pagar o fornecimento do gás russo para a Ucrânia”, diz Gregori Birg, codiretor do departamento de análise da Investkafe.
Socorro europeu
Após as negociações, o comissário de Energia da União Europeia, Guenther Oettinger, afirmou que o FMI e da própria UE irão ajudar a Ucrânia para pagar sua dívida. “Também será criado um fundo especial de US$ 3,1 bilhões”, disse Oettinger. Segundo ele, Kiev é capaz de pagar e receber 4 bilhões de metros cúbicos de gás no mínimo.
“Vale a pena notar que a Comissão Europeia não garantiu o pagamento dos futuros fornecimentos de gás a Kiev, mas ajudará a conseguir que os programas de assistência financeira do FMI e da União Europeia sejam utilizados especificamente para o pagamento do fornecimento de gás”, analisa Birg.
O gestor de ativos do Fundo Maguta, Platon Maguta, também demonstrou otimismo em relação ao acordo recém-assinado. “Creio que a falta de assinatura de garantias financeiras da UE para fornecimento de gás à Ucrânia não muda nada. Caso a UE viole os acordos verbais com Moscou, ela sofrerá um sério dano a sua reputação, especialmente depois de uma série de eventos que reduziram significativamente a confiança dos investidores no mercado europeu.”
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