Para especialistas, a baixa nos preços do petróleo e o aumento dos riscos geopolíticos influenciaram baixa Foto: Reuters
Desde o início de 2014, o valor do rublo caiu mais de 25%. De acordo com o analista da empresa de investimentos Finam, Anton Soroko, o enfraquecimento da moeda russa ocorre por causa da queda dos preços do petróleo e de outras matérias-primas.
“O preço do barril de Brent caiu até US$ 87, embora ainda em julho tenha ultrapassado US$ 115 ”, diz.
Segundo Soroko, esse processo ocorre em um contexto de crescimento agressivo da cotação do dólar não só em relação ao rublo, mas também ao iene japonês, ao franco suíço e ao euro.
De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos Estruturais do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas RANHiGS, Milhail Khromov, o crescimento do dólar reflete, sobretudo, a falta de moeda no mercado causada pela demanda crescente.
“O declínio nos preços do petróleo é o principal indicador, mas é válido apenas no nível das expectativas, já que os investidores temem uma queda das receitas de exportação da Rússia", diz Khromov.
Segundo ele, o segundo fator que afeta a taxa de câmbio do rublo é a saída do capital estrangeiro do mercado russo que começou após a introdução das sanções econômicas.
O principal analista da UFS IC, Aleksêi Kozlov, diz que, de acordo com o relatório mensal do Banco Central Europeu, a dinâmica do crescimento econômico na Europa está enfraquecendo, e a inflação já caiu até níveis críticos, o que pode provocar recessão na União Europeia.
"No contexto do aumento significativo do riscos, fortalecimento do dólar e diminuição dos preços de petróleo, o rublo e o mercado de ações russo estão enfrentando uma grande pressão", diz Aleksêi Kozlov.
No início de outubro, em resposta à desvalorização do rublo, o Banco Central da Rússia começou intervenções cambiais, cujo montante já ultrapassou US$ 5 bilhões. Para diminuir a demanda por moeda estrangeira, o regulador vende dólares e, assim, apoia o rublo.
Segundo Soroko, o volume de intervenções em outubro é três vezes menor do que em março, quando a taxa caiu devido à anexação da Crimeia. Por exemplo, apenas em 17 de outubro, o Banco Central vendeu US$ 1,768 bilhões.
"Assim, o regulador suaviza as flutuações de mercado, mas não tenta parar a atual tendência descendente da moeda russa", explica Soroko.
Inicialmente, o Banco Central pensou que o rublo passaria para uma taxa de câmbio totalmente flutuante, mas, devido à pressão sobre a moeda nacional, o regulador teve de voltar ao mercado, embora com menor intervenção.
Benefícios
De acordo com Soroko, a queda do rublo tem um impacto positivo sobre o orçamento da Rússia, porque permite compensar a queda de receitas provenientes da venda de petróleo e gás: a maior parte dos hidrocarbonetos são vendidos em dólares e euros.
Além disso, um rublo fraco cria condições mais favoráveis para produtores russos, porque com a queda da moeda nacional, os preços dos produtos importados aumentam.
De acordo com Aleksêi Kozlov, é possível manter o rublo apenas aumentando os investimentos na economia russa.
"No momento, a economia russa depende muito dos preços do petróleo, da taxa de crescimento econômico e da inflação. Esses componentes podem estabilizar a moeda russa", diz Kozlov.
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