Novo sistema entrará em vigor a partir de janeiro de 2015 Foto: Serguêi Kuznetsov / RIA Nóvosti
“Ao longo deste ano, a Bolsa de Valores de Moscou conseguiu estabilizar seu trabalho e realizar uma série de reformas destinadas a atrair investimentos de longo prazo”, declarou Anna Vassilenko, diretora-geral de desenvolvimento de mercado primário e de apoio de clientes da Bolsa de Valores de Moscou, durante o Fórum de Investimentos em Sôtchi.
Nos últimos três anos, as reformas no mercado de ações fizeram com que a participação da venda de títulos russos em Moscou, em comparação com a de Londres, crescesse de 10 a 15% para 60%. “Apesar de os riscos de política externa serem elevados e uma parte significativa de ações de empresas russas pertencer a estrangeiros, em cerca de seis meses os índices MICEX e RTS caíram 3% e 6%, respetivamente”, continuou Vasilenko.
Em um futuro próximo, a Bolsa de Moscou planeja também receber recursos de investidores russos – pessoas físicas – por meio de um novo mecanismo de contas individuais de investimento. O novo sistema entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2015.
Ao contrário dos procedimentos atuais, as novas contas permitirão que o contribuinte obtenha alguns benefícios. As contas individuais são projetadas para todas as categorias de investidores, inclusive estrangeiros que permaneçam na Rússia por mais de 180 dias ao ano.
Um investidor pode escolher entre dois tipos de dedução fiscal. No primeiro caso, ele deve comprar e manter os títulos mobiliários durante, pelo menos, três anos, após os quais os impostos pagos serão restituídos. No segundo caso, o investidor pode executar um número ilimitado de transações por meio de contas de investimento, e todo o lucro das operações será isento de tributação.
“Hoje em dia, muitas pessoas estão procurando uma alternativa aos depósitos e imóveis, e esse novo tipo de conta é uma ótima alternativa”, sugere o chefe do departamento de análises da holding de investimentos Finam, Guennádi Kuznetsov. Segundo ele, os investimentos no mercado de ações vão se tornar aplicações de longo prazo, já que não se pode obter dedução fiscal antes de um período de três anos.
O analista da Finam acredita que a primeira onda de demanda por contas de investimento será formada por “aqueles que têm interesse no mercado de títulos por muito tempo, mas por alguma razão ainda não tinham ousado abrir uma conta”. A estimativa é que a medida atraia entre 1,5 e 2,5 milhões de pessoas em um período de dois ou três anos. “Depois de alguns anos, esse tipo de conta será usada por 5 a 10% da população”, prevê Kuznetsov.
Estabilidade em pauta
O novo mecanismo também vai ajudar a atrair novos compradores de títulos para o mercado de ações. Segundo especialistas, diante das condições de instabilidade política, os investidores conservadores estão começando a comprar títulos estrangeiros.
“Atualmente, nossos clientes estão comprando ativos estrangeiros. Mas o mercado inteiro soma cerca de US$ 250,5 milhões por mês, e apenas uma parte desses fundos é investida em instrumentos internacionais”, expõe Iúri Belonoschenko, diretor-geral da Uralsib. “No atual cenário, as contas de investimento são uma boa alternativa aos investimentos estrangeiros. Caso todo o sistema seja construído da maneira correta, podemos criar um mercado de ações com a ajuda de investidores nacionais.”
De acordo com o presidente do Conselho da Associação Nacional de Fundos de Pensão Privada, Konstantin Ugriumov, os ativos russos já têm conseguido atrair investidores especulativos, mas, para a estabilidade, o mercado precisa de investidores russos conservadores. “As contas de investimento são uma alternativa aos depósitos bancários e espera-se que dessa maneira o mercado de ações atraia US$ 250,5 bilhões”, diz.
Resta agora aguardar para ver se o investidor russo está realmente disposto a investir no mercado de ações. “É possível também que o mercado continue a funcionar como o de depósito e títulos”, analisa Belonoschenko.
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