A queda do avião malasiano levou à proibição de todos os voos civis sobre as regiões de Donetsk e Lugansk na Ucrânia Foto: Reuters
Entre 18 e 21 de julho, os índices Micex e RTS, da Bolsa de Moscou, caíram 6% e 8%, respectivamente. No primeiro dia útil após o fim de semana (a tragédia ocorreu no noite da quinta-feira), o Micex fechou abaixo da marca de 1.400 pontos. É o recorde negativo dos últimos dois meses. O índice RTS fechou em 1.349,79 pontos –o mínimo desde 13 de maio.
Trata-se de uma reação dos investidores ao fluxo de notícias negativas após a queda do avião malasiano sobre a Ucrânia. No domingo (20), o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, declarou que o sistema de míssieis Buk, com o qual poderiam derrubar o avião, foi fornecido às milícias pela Rússia. Assim, os participantes do mercado esperam a introdução de novas sanções contra a Rússia não apenas pelos Estadso Unidos, mas também pela União Europeia, cujos líderes tomaram uma posição semelhante.
De acordo com o analista do Investcafe, Timur Nigmatúlin, a introdução de recentes sanções pelos EUA contra a Rússia afetou principalmente as empresas de petróleo, como a Rosneft e Novatek, ou seja, empresas incluídas na lista de sanções. “No entanto, após a queda do Boeing, caíram os índices da Yandex, Qiwi e outras empresas de TI negociadas nas bolsas dos EUA e do Reino Unido.”
"A Yandex perdeu 3% e a Qiwi caiu 6,5%", diz Niglamúllin. "Yandex e a Qiwi, negociadas na Nasdaq, têm alta capitalização e os investidores avaliam o risco de possíveis novas sanções, que podem piorar o cenário econômico já negativo", completou.
No entanto, em 22 de julho, o mercado de ações começou a melhorar. De acordo com os especialistas, a razão principal para a melhora da situação foi a notícia sobre a transferência de caixas pretas do Boeing para o Reino Unido.
Custos para companhias aéreas
O acidente também afetou as companhias aéreas. A queda do avião malasiano levou à proibição de todos os voos civis sobre as regiões de Donetsk e Lugansk na Ucrânia. De acordo com o representante da Eurocontrol, Brian Flynn, a proibição afetará pelo menos de 30 a 40 companhias aéreas, que vão alterar cerca de 350 voos por dia. Segundo ele, o desvio das rotas será insignificante, mas o congestionamento no espaço aéreo de Polônia, Bulgária e Turquia vai aumentar.
As companhias aéreas russas Aeroflot, Transaero e UTair se recusaram de realizar voos de trânsito através do espaço aéreo da Ucrânia.
De acordo com especialistas, os gastos em combustível aumentarão, no entanto é pouco provável que os preços para os bilhetes começarão a crescer.
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