Conheça a origem dos diamantes russos

O procedimento de extração de pedras começa com a exploração prévia realizada pelos geólogo Foto: Andrêi Riabkov

O procedimento de extração de pedras começa com a exploração prévia realizada pelos geólogo Foto: Andrêi Riabkov

Pelo segundo ano consecutivo, a companhia russa Alrossa conquista o primeiro lugar entre os integrantes da indústria mundial de extração de diamantes, com parcela do mercado avaliada em 28%, deixando para trás os seus concorrentes mais conhecidos, como a sul-africana De Beers e a canadense Rio Tinto.

A pequena cidade de Udátchni fica no norte siberiano, a 17 quilômetros do Círculo Polar Ártico, e é considerada atualmente um dos principais locais de extração de diamantes na região.

A cidade foi fundada em 1954 logo após a geóloga soviética Larissa Popugaeva ter descoberto uma chaminé vulcânica nas suas redondezas. A área, no entanto, não foi incluída na então agenda de exploração mineira do país. Em 1956, foi encontrada na região uma chaminé maior, denominada de Udátchnaia (sortuda em russo), que serviu como base para a criação de uma empresa que deu nome à cidade e atualmente abriga uma pedreira de 2,1 quilômetros de comprimento e 1,8 quilômetros de largura. O seu poço é tão fundo que a descida precisa de um transporte especial e demora cerca de uma hora.

As principais medidas de segurança durante o passeio pelo interior da mina incluem o constante acompanhamento por um guia, pois não é difícil um visitante se perder nos corredores estreitos das galerias subterrâneas. Ao contrário das suposições dos turistas, os diamantes não encontram-se logo debaixo dos seus pés. Segundo um dos mineiros, são raros os casos de descobrimento de pedras preciosas a olho nu.  

Processo tecnológico

O procedimento de extração de pedras começa com a exploração prévia realizada pelos geólogos, que ajudam a identificar o local exato de futura perfuração. Em seguida, os petardeiros entram em ação para abrirem as rochas a serem retiradas pelos perfuradores por meio de caminhões subterrâneos. O minério extraído é trazido até o depósito para ser levantado para a superfície e encaminhado à usina de concentração. Hoje em dia, os negócios da empresa incluem cerca de 40 contratos de longo prazo.

"No período entre 2015 e 2017, pretendemos aumentar a quantidade de nossos clientes até 50. Porém, além de relatórios financeiros dos parceiros potenciais, levaremos em consideração o seu histórico de colaboração com a nossa empresa e os volumes de encomendas nas épocas de crise no mercado", explica Evguênia Kozenko, representante oficial da Alrossa.

Em 2012, a empresa celebrou um contrato de longo prazo com a belga Laurelton Diamonds Inc., fornecedora de diamantes da joalheria americana Tiffany & Co, enquanto em 2013 firmou uma parceria com a casa de leilões Sotheby’s, ganhando o direito de leiloar tanto os diamantes maiores, quanto as joias do segmento premium fabricados pela sua subsidiária, a Brillianti Alrosssa.

Apesar de as pedras de melhor qualidade terem sido submetidas ao facetamento pelo próprio departamento industrial de joias da companhia, o futuro desenvolvimento não faz parte da sua principal estratégia comercial devido ao foco exclusivo na extração da matéria-prima.

"Os futuros planos visam concentrar todos os esforços corporativos na sua principal indústria de atuação, que é a extração de diamantes.  A Alrossa é uma companhia de mineração que não pretende ampliar a sua presença no ramo de fabricação e venda de joias, porém não deixa de colaborar com as empresas do setor", explica Evguênia.

Planos para o futuro   

Os principais complexos industriais da empresa no território russo encontram-se no oeste da República de Iákutia e na unidade federativa de Arkhanguelsk, assim como no solo africano –em Angola Botswana. Atualmente, a empresa atua em 22 depósitos de diamantes e em outubro de 2013 anunciou a oferta pública inicial na bolsa de valores de Moscou, vendendo 16% das suas ações por US$ 1,3 bilhão.

As vendas da Alrossa concentram-se em contratos de fornecimento de longo prazo firmados com fabricantes de diamantes e de joias de diamantes presentes em todos os centros mundiais deste mercado, tais como Estados Unidos, Bélgica, Emirados Árabes Unidos, China, Reino Unido e Israel.

Na opinião do Aleksandr Makhratchev, diretor do complexo de mineração e concentração de Udátchni, o depósito localizado próximo à cidade tem plena capacidade de gerar um bom lucro para a empresa.

"O nosso plano até o ano de 2019 prevê a extração de até 4 milhões de toneladas de minério. O conteúdo do depósito, que atualmente atinge 159 milhões de toneladas, nos manterá ocupados ao longo dos próximos 60 anos", acrescenta.

 

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