Kremlin investe em tecnologia para evitar esgotamento dos campos de petróleo

O desenvolvimento no setor, assim como antes, vai ser obtido graças à Sibéria Foto: ITAR-TASS

O desenvolvimento no setor, assim como antes, vai ser obtido graças à Sibéria Foto: ITAR-TASS

Segundo analistas da britânica BP, reservas mundiais só serão suficientes por mais 50 anos. Exploração de xisto pode ser uma das alternativas para queda de produção de petróleo e derivados.

Durante o 21º Congresso Mundial de Petróleo, realizado recentemente em Moscou, os analistas da gigante do petróleo British Petroleum estimaram que os depósitos mundiais do “ouro negro” serão suficientes para cerca de 53 anos e os de gás, para quase 55 anos, se forem mantidos os volumes atuais de produção.

O petróleo continua sendo o principal tipo de combustível do mundo, mas, no decorrer dos últimos 14 anos, a sua cota entre os recursos energéticos vem diminuindo. No ano passado, esse índice corresponde a pouco mais de 30% de todos os recursos disponíveis.

No ano passado, a Rússia foi responsável por 12,9% de todo o petróleo produzido no mundo, ficando apenas 0,2% atrás do líder mundial, a Arábia Saudita. Mas, em relação às reservas comprovadas de petróleo, essa diferença é mais significativa: no subsolo da Rússia estão concentrados 5,5% desse recurso energético, o que indica um ritmo acelerado de utilização das próprias reservas.

O desenvolvimento no setor, assim como antes, vai ser obtido graças à Sibéria. De acordo com o vice-primeiro-ministro russo Arkádi Dvorkovitch, ao longo dos próximos 20 anos, mais de 1 trilhão de dólares serão investido em exploração e construção de oleodutos na Sibéria Oriental. Até 2035, a cota dessa “porção oriental” irá aumentar de 12% para 23% do total das exportações de petróleo e derivados.

Enquanto o consumo de produtos petrolíferos no mercado europeu está diminuindo, na China e em outros países da região da Ásia-Pacífico ocorre o processo inverso. Mas, de qualquer forma, a Europa continuará sendo o principal comprador de petróleo e gás russo em um futuro previsível.

Para diminuir os riscos de estagnação da produção e venda, as empresas de petróleo e gás da Rússia estão desenvolvendo tecnologias para melhorar o fator de recuperação do petróleo e rentabilizar com a exploração das reservas de difícil extração. Paralelamente, o Kremlin está discutindo os parâmetros da chamada “manobra fiscal” em relação à indústria do petróleo.

Revolução do xisto

De acordo com Robert Dudley, diretor-executivo da petrolífera britânica BP, a Rússia é um dos quatro países – juntamente com Argélia, China e Argentina – que têm claras perspectivas de desenvolvimento de campos de hidrocarbonetos de xisto.

Um relatório produzido pela BP prevê que, em 2035, serão extraídos 700 mil barris de petróleo de xisto por dia na América do Sul, enquanto na Rússia a produção chegará a 800 mil barris diários. Porém, os representantes da Agência Internacional de Energia acreditam que a chamada “revolução do xisto” dos Estados Unidos não poderá ser reproduzida em outros países e que o petróleo de xisto não irá exercer qualquer influência significativa sobre o mercado em um futuro próximo.

Contrariando as previsões da agência, cabe lembrar que um aumento acentuado da extração de petróleo das camadas de xisto nos Estados Unidos fez com que a Arábia Saudita e a Venezuela fossem obrigadas a procurar outros mercados, particularmente nos países da Ásia. Além disso, o governo dos EUA chegou a declarar que as reservas de petróleo de xisto na Rússia excedem às americanas.

O maior depósito de petróleo de xisto na Rússia é a Formação de Bajenov. As reservas são estimadas em 1,24 trilhões de barris e, de acordo com os analistas da consultoria de gestão The Economist Intelligence Unit, poderão fornecer 1 milhão de barris adicionais por dia até o final desta década.

 

Com materiais da Rossiyskaya Gazeta e do RBC

 

Confira outros destaques da Gazeta Russa na nossa página no Facebook

Todos os direitos reservados por Rossiyskaya Gazeta.

Este site utiliza cookies. Clique aqui para saber mais.

Aceitar cookies